Com informações da repórter Mirelle Irene

O governador Marconi Perillo (PSDB), durante reunião na manhã desta segunda-feira (25) no Sebrae em Goiânia, falou sobre sua viagem no final de semana aos Estados Unidos, onde palestrou no Brazil Conference, na Universidade de Harvard, na cidade de Cambridge, estado americano de Massachusetts.

Em entrevista à repórter Mirelle Irene, da Rádio 730, o único governador brasileiro convidado ao evento no exterior, falou, entre outros assuntos, sobre a atual situação política e econômica do país, e afirmou que defende a colaboração tucana a uma eventual gestão do vice-presidente Michel Temer (PMDB).

“Nós estamos no fundo do poço em termos de economia e em termo de política também. É preciso todos se darem as mãos para que o Brasil possa se revigorar, atravessar essa crise. Acho que o Temer tem que fazer, se for realmente presidente, tem que fazer um governo de transição e levaro Brasil a porto seguro, e para isso vai precisar de todo mundo”, destaca.

Para o governador, o apoio entre os partidos deve acontecer, independentemente de ter ou não cargos em uma possível futura administração, caso o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) seja aprovado no Senado, e avaliou como positiva a indicação do goiano Henrique Meirelles para estar à frente do Ministério da Fazenda.

“Uma coisa é apoiar e outra coisa é ter cargo. Eu defendo o apoio. Para nós, nada melhor do que isso, mas não só para nós goianos, para o Brasil. Henrique Meirelles é um dos quadros mais qualificados nessa área do mundo, é um homem respeitado no mundo inteiro. Se ele for convidado e aceitar, será muito bom para o Brasil”, afirmou.

Ainda sobre sua palestra em Harvard, Perillo comentou impressões e opiniões que colheu durante o período em que esteve no exterior, e citou os que compartilham de sua posição em relação à crise, como o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Carlos Ayres Britto, que também presenciaram o evento.

“Foi mais ou menos a mesma opinião que eu tracei, em termos de estabilidade democrática. Estavam lá o procurador-geral da República, Janot, o ex-presidente do STF, Ayres Britto, à exceção do ex-governador (do Ceará), Ciro Gomes, que tem uma posição contrária ao que está acontecendo no Brasil, os demais tiveram mais ou menos a preocupação de apresentar o quadro crítico, caótico da economia brasileira, mas ao mesmo tempo demonstrar um certo otimismo em relação ao que possa acontecer”, disse.

No último sábado (23), o ex-governador do Ceará informou ao jornal Estadão, de São Paulo, que está preocupado com a proporção da dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e afirmou que o atual cenário político-econômico do país pode resultar em uma crise bancária.