Após a derrota do para o Fluminense na noite deste sábado (05), por 2 a 0, no Maracanã, o Atlético fechou o primeiro turno do Campeonato Brasileiro da Série A. E para o atual campeão brasileiro da Série B, os números não poderiam ser mais frustrantes. Em 19 rodadas o time rubro-negro teve apenas três vitórias. Foram 13 derrotas e três empates. 16 gols marcados, 34 sofridos e o saldo de gols de -18. Finalizando esta primeira parte do campeonato com um aproveitamento de apenas 21,1%.

O diretor de futebol e vice-presidente executivo rubro-negro, Adson Batista, concedeu uma entrevista exclusiva para a Rádio 730 após a derrota no Rio de Janeiro e fez um verdadeiro desabafo sobre a campanha do Atlético até aqui. Para o mandatário, somente um milagre salvaria o time do rebaixamento, além disso, Adson afirmou que já vai começar a trabalhar pensando em 2018.

Confira a entrevista completa de Adson Batista no programa Jogo Aberto, da Rádio 730: {mp3}stories/2017/blogs/arthur/adson_batista{/mp3}

Confira abaixo a entrevista completa:

O Atlético mais uma vez jogou bem e perdeu. O que falar dessa situação que vem acontecendo constantemente?

– O Atlético vem jogando bem sempre e pontualmente vem perdendo os jogos. Pontualmente quero dizer individualmente, infelizmente optamos por fazer um time bastante humilde, financeiramente falando, mas isso não quer dizer muito. Quem está aqui tem que dar conta e conseguir dar a resposta. O Atlético vem jogando mais futebol do que muitos clubes que estão melhores classificados, porém, individualmente, todo jogo tomamos gols que não podemos tomar. E o preço disso é muito alto para um clube que quer permanecer na Série A. Nesse momento já vou trabalhar pensando em 2018. Vou buscar renovar com jogadores que temos interesses porque tem alguns aqui de alto nível e que se quiserem continuar no Atlético vão nos ajudar a ter uma base forte para o ano que vem para tentarmos novamente fazer um campeonato de alto nível como foi ano passado.

Você está desistindo do ano de 2017?

– Essa palavra é para derrotistas, estou tranquilo. Não estou desistindo, mas preciso ser um cara realista e pensar no clube futuramente. Vou sentar com a comissão técnica, vamos trabalhar com o que temos interesse para o ano que vem. Não vou aceitar mais trabalhar com improvisos, isso só vai acontecer se realmente não tiver jogador para a posição. Vamos tomar algumas atitudes para que o Atlético tenha uma base forte para ano que vem. Evidente que no futebol tudo pode acontecer, mas terminou o turno, nós estamos com apenas 12 pontos, é quase humanamente impossível. Tenho que ser realista. Torço muito para que aconteça diferente, mas será muito difícil.

Quando você fala que não vai mais admitir improvisos é em relação a escalação do time? Por exemplo, André Castro que é volante jogar na lateral?

– Começa por aí! Evidente que não vou escalar time se escalasse o André jogaria no meio como terminou o jogo jogando e muito bem, na posição dele. Quando não tem jogador, tudo bem, você pode improvisar, mas vamos pensar já no futuro. Vamos tentar renovar com alguns jogadores que tem muito potencial e eu nem sei se vou conseguir continuar com eles aqui. Mas vou tentar já fazer um trabalho pensando no ano que vem.

– Paulinho, Igor Henrique, Gilvan e Bruno Pacheco são jogadores que serão procurados para estenderem o contrato?

Sim, serão procurados, são jogadores que jogam em qualquer time. Não sei se vou conseguir, mas os jogadores gostam de jogar no Atlético porque o clube tem um ambiente muito favorável. Os jogadores são tratados com respeito e seriedade. Todos tem responsabilidade, o ambiente é harmônico. O futebol tem esses momentos, temos que saber consertar as coisas, não foi a primeira e nem será a última vez que passamos por isso. Deixamos para montar um time durante a competição, em cima da hora e isso não dá! Time para poder ter sucesso tem que manter uma base do começo do ano para obter sucesso.

Você pensa em seguir com o João Paulo Sanches ou vai trazer alguém para 2018?

– O João Paulo é um profissional muito importante dentro do clube, tem o seu valor, é uma pessoa da nossa confiança, tem muito futuro. Mas ele não quer ser treinador agora e também precisa evoluir em algumas coisas, tem momentos que exigem um treinador com maior experiência. O que não vou aceitar de maneira nenhum e vou lutar até o fim é que o Atlético não vai definhar no campeonato. O time vai jogar respeitando sua camisa, mostrando que somos um clube sério e independente de cair de divisão, vai cair de pé e buscando subir novamente.

Você pretende nos próximos dias anunciar um técnico visando 2018 ou vai deixar o João Paulo Sanches no comando neste segundo turno?

– Meu primeiro objetivo é manter a base e já vou trabalhar muito em cima disso, não precisa desespero. Não vamos ficar jogando dinheiro fora. Evidente que se eu sentir que está tendo um clima ruim, ninguém está reagindo, o Atlético ficar definhando, apanhando de qualquer um tomarei providências.

Você monitora jogadores também fora do Brasil?

– Precisamos melhorar em relação a isso, até em relação a uma estrutura maior. Ter um profissional sério, que tenha essa condição de quando identificar um jogador de alto nível confirmar e finalizar. Porque eu não tenho como sair do clube, preciso fazer a gestão diária do Atlético. Precisamos evoluir nisso porque se não acontecer teremos problemas futuramente.

O Atlético está no mercado em busca de um atacante?

– Tudo que o Atlético contratar daqui para frente é pensando em 2018. Precisamos de mais um atacante para dar opção a mais, os jogadores com as características que precisamos saíram do elenco, que é um cara mais de área, de definição. O Walter é mais de armação. Mas o jogador que chegar no Atlético agora é para ficar no ano que vem, seja na Série A ou na Série B.

E sobre essa indefinição no gol entre Klever e Felipe?

– São dois grandes goleiros e até pensando no ano que vem. Tiveram alguns percalços, mas foi próprio da fragilidade defensiva do time. Nossa equipe defensivamente deixou a desejar em algumas  coisas, sabemos disso. Não vou expor ninguém, esta questão eu deixou para o treinador, evidente que questiono, essa é a minha função, mas o treinador tem a última palavra para escalar. São goleiros que tem a minha confiança e que podem continuar aqui para o próximo ano.

Há alguma possibilidade do Atlético negociar o Jorginho ou algum outro jogador?

– Só se for uma grande negociação para eu ter poder de investimento porque nosso pensamento agora é pensar no futuro financeiro do clube. Os times precisam se preocupar com isso. O Jorginho é patrimônio do Atlético tem vínculo até o final de 2019 e se não for uma grande negociação não vai funcionar. Nada de empréstimos ou algo parecido. Ele vai nos ajudar ano que vem, é um cara que internamente me deixa muito tranquilo.

Qual o perfil do técnico visando a próxima temporada?

– Quero um profissional sério, capaz, emergente, atualizado. Principalmente, atualizado que sabe trabalhar no futebol moderno. Hoje em dia o futebol é muito tático, então se o técnico não souber ler bem o jogo, explorar as variantes em um curto espaço de tempo não terá sucesso.