Professores da Universidade de São Paulo (USP) assinam um artigo no Jornal da USP em que afirmam que a crise climática evidencia a importância da agenda ambiental.

“Desde 1992, os ambientalistas, climatologistas e legisladores que se preocupam com as questões ambientais vêm produzindo conhecimento científico e encaminhando leis de proteção de áreas preservação permanente, de proteção às vegetações nativas, de preservação de florestas e nascentes, margens de rios e córregos e do solo. Os biomas naturais devem ser preservados para o benefício de todos”, escreveram.

Rio Grande do Sul

Os autores do artigo “A crise climática exige compromissos éticos e responsáveis de legisladores com a sociedade” se dedicam à tragédia que assolou o estado do Rio Grande do Sul. Para eles, o que aconteceu no Sul não é um caso isolado, mas parte do que está ocorrendo em todo o país.

O drama vivenciado no Rio Grande do Sul não é um fenômeno isolado. Como também não são isoladas as epidemias decorrentes de desmatamentos e alterações na biodiversidade”, argumentam.

Os professores endereçaram o artigo aos congressistas, porque são os responsáveis por formular as leis brasileiras. Assim, o texto publicado no dia 11 de junho faz referência a flexibilização do Código Florestal do Rio Grande do Sul, a seca nos rios da Amazônia e aos incêndios no Pantanal. Além disso, menciona as enchentes pelo país e a diminuição das águas em regiões do Cerrado.

Segundo os autores, então, os fatos “estão relacionados com as votações dos senhores, que não votaram a favor da agenda de preservação socioambiental e da proteção da biodiversidade em nosso país”.

Evitar retrocessos

O artigo está assinado por Ivan Carlos Maglio, Maria da Penha Vasconcellos, Moacir Bueno Arruda, Pedro Roberto Jacobi e Maria de Assunção Ribeiro Franco. Eles finalizam o texto sugerindo que haja uma reconstrução do país com uma agenda de planos climáticos para cada região. 

“Fica evidente que não podemos retroceder aos avanços ambientais que foram sendo construídos ao longo de décadas e que nesse momento corremos o risco de agravarmos tragédias ambientais no país como as que ocorrem no Rio Grande do Sul”, destacam.

Destacam ainda uma série de Projetos de Leis (PLs) que estão tramitando no Congresso Nacional que, para eles, trarão “malefícios” para o país. Eles versam, portanto, sobre floresta nativa, reserva legal, preservação e área permanente, exploração de minério, recursos hídricos, agrotóxicos e sobre a flexibilização do Código Florestal.

“As propostas e aprovações dadas pelos senhores e senhoras têm relação com as mudanças climáticas em nosso país”, apontam. Assim, “assumir a agenda socioambiental sem os retrocessos que estão colocados em PLs para serem votados talvez ainda possibilite nossa sobrevivência como sociedade”, argumentam.

*Com Jornal da USP

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Nesta matéria, o ODS 13 – Ação Global Contra a Mudança Climática.

Leia mais: