O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) concedeu entrevista exclusiva na tarde desta terça-feira (13) ao programa Segundo Tempo da Notícia, da 730. O parlamentar, falou sobre a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita os gastos públicos, aprovada hoje em segundo turno após votação no plenário do Senado, e atribuiu a gestões anteriores do PT a atual situação do país.

Ouça a entrevista na íntegra: {mp3}Podcasts/2016/dezembro/13/ronaldocaiado{/mp3}

“A importância é buscar uma alternativa para todo o desmonte produzido pelo PT durante 13 anos e levou o Brasil a essa situação caótica. Um total esfacelamento do governo, endividado e cada vez com a máquina pública maior, nós tivemos que tomar essas medidas”, afirma o democrata, que votou a favor da PEC.

Caiado ainda falou sobre possíveis cortes em instituições públicas em função da aprovação da PEC 55, e ressaltou a necessidade de repasse dos recursos para serviços essenciais como Saúde, Educação e Segurança Pública.

“Tivemos que tomar essas medidas para garantia de repasse orçamentário e maior volume para a Saúde e Educação. No entanto, vamos cortar valores para muitas estatais e principalmente diminuir cada vez mais a máquina do governo federal porque o povo brasileiro não aguenta mais ficar arcando com todo esse projeto de poder do PT aonde essas estatais eram criadas. Eles criaram 41 estatais para gerar emprego a todos os seus apaniguados e correligionários políticos”, critica.

O senador afirma que apenas para fins de gastos com poderes legislativo, judiciário, executivo é que se estipular teto de gastos, e que nos caso de serviços à população o que se configura é um piso, sem descartar a possibilidade de vincular ainda mais recursos a estes serviços.

“É uma falta de compreensão da Língua Portuguesa, porque o projeto da PEC diz que a Saúde e a Educação têm piso, e não teto. Os outros gastos são teto. Na Saúde já vamos acrescer R$ 7 bilhões agora para 2017, que no projeto do governo Dilma só ocorreria em 2020. É importante que o ouvinte entenda o que é piso e o que é teto. Saúde e Educação nós aprovamos o piso e nada impede de acrescermos valores bem maiores”, pondera Caiado.

A PEC do Teto foi aprovada no Senado por 53 votos a favor e 16 contra. Não houve abstenção. O projeto segue agora para promulgação do presidente da República, Michel Temer.

Brasil não sai do abismo, afirma economista

Na opinião do economista Aurélio Troncoso, em entrevista ao programa Cidadania em Destaque, da 730, a PEC 55/2016 deveria ser revista em menos tempo dos que os dez anos previstos, e afirma ainda que deveria haver também um teto para o endividamento do governo.

Ouça a entrevista na íntegra: {mp3}Podcasts/2016/dezembro/13/aureliotroncoso{/mp3}

“Essa revisão é perigosa, acho que ela deveria ser revista de quatro em quatro anos. A governabilidade de qualquer presidente que entrar vai ser quatro anos. Outro problema sério da PEC é que não adianta o governo limitar os seus gastos se ele continua fazendo dívida vendendo títulos. Hoje 52% do que nós produzimos no país é para pagar dívidas. É aquela velha história, ‘eu vou gastar o que eu tenho, mas eu posso me endividar mais’. O Brasil continua caminhando para o abismo, não vai ser essa PEC que vai tirar o Brasil, não”, pontua.