Pistas de caminhadas também podem vir a ser interditadas caso haja aglomeração (Foto: Google Street View)

A Prefeitura de Goiânia, iniciará nesta quarta-feira (8), o isolamento das academias ao ar livre localizadas nos parques da capital. O fechamento foi recomendado pelo Ministério Público de Goiás, por intermédio da 7ª Promotoria de Justiça de Goiânia, à Prefeitura. A ação tem como objetivo evitar a disseminação do novo coronavírus (Covid-19). A administração municipal entende que a concentração de pessoas nesses locais é uma prática arriscada.

Segundo o Ministério Público (MP), foi levado em consideração que após o fechamento de academias de ginástica em Goiânia houve um aumento na frequência de visitas às praças e aos parques da cidade, principalmente para a realização de aulas ministradas por profissionais de educação física. Porém a principal forma de combate à pandemia neste momento é a restrição do contato social.

De acordo com a promotora de Justiça Alice de Almeida Freire, ao expedir a recomendação, foi considerado que a saúde é direito de todos, dever do Estado e que é preciso garantir, “mediante políticas sociais e econômicas, a redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Segundo a promotora de Justiça, a pandemia da Covid-19 caracteriza doença socioambiental.

De acordo com a secretária municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh), Zilma Peixoto, às 6h30 da manhã desta quarta-feira (8), auditores fiscais da Seplanh, agentes Guarda Civil Metropolitana (GCM) e da Polícia Militar (PM) farão o cercamento de academias ao ar livre e dos parquinhos para crianças, inicialmente nos Parques Vaca Brava, no Setor Bueno; Flamboyant, no Jardim Goiás e Areião, no Setor Marista, onde há maior índice de aglomeração.

“Essas academias têm trazido a preocupação, porque são equipamentos instalados, que acabam várias pessoas usando o mesmo equipamento e sem nenhum cuidado quanto à higiene desses equipamentos”, afirma.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), há um grande risco de contaminação, pois os equipamentos das academias ao ar livre são compartilhados, inclusive por pessoas que são assintomáticas à Covid-19. O indivíduo que não possui sintomas pode acabar contaminando os equipamentos e transmitir o vírus a outros usuários, que poderão infectar outras pessoas, contribuindo para a disseminação geométrica da doença.

De acordo com a secretaria, as pistas de caminhada irão continuar liberadas para utilização, mas também podem ser interditadas caso haja aglomeração de pessoas. “A não ser que nós tenhamos uma necessidade em função do não respeito pela questão da aglomeração. Mas, por enquanto, as áreas de caminhada vão permanecer disponíveis para que o cidadão possa frequentar”, explica. 

Goiânia possui, atualmente, 42 parques, sendo que 17 deles possuem equipamentos de ginástica. A Seplanh afirma que nos próximos dias, gradativamente, fará visitas aos demais parques da capital para fazer o cercamento das áreas de academia e parquinhos infantis. De acordo com Zilma Peixoto, a Pasta estuda a possibilidade de aplicar multa em caso de desrespeito à interdição dos espaços. “A prefeitura já está cuidando de viabilizar a questão de poder notificar o cidadão e até empreender multa, se for o caso”, afirma. 

A reportagem da Sagres também questionou sobre o serviço de bicicletas compartilhadas, o Gyn de Bike. “É uma preocupação. Será um tema que nós vamos levar para esse comitê de risco para que a gente possa ver qual é a atuação, de que forma nós vamos agir para cuidar também desses instrumentos”, conclui.

Até a última atulização da Secrataria Estadual de Saúde (SES-GO), Goiânia possui 73 casos confirmados de covid-19, e quatro mortes

Matéria atualizada às 19h41, do dia 7 de abril de 2020, para inclusão do posicionamento do Ministério Público.

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