Tentei me segurar, assimilar o golpe, segurar algumas lágrimas antes de retomar as inúmeras tentativas de escrever o post desta segunda-feira aqui no Portal 730. Difícil fugir do adeus a Fernandão. Impossível não se emocionar.

Qualquer jornalista que decide trilhar o caminho esportivo toma esta decisão por gostar de esporte. A paixão pelo Sport Club Internacional vem de berço. No entanto, nunca tinha vivenciado uma fase tão vitoriosa como a que vivi no período de 2004 a 2010. Boa parte dela capitaneada por Fernandão.

Jamais vou me esquecer do dia em que a delegação do Inter desembarcou em Porto Alegre. A emoção era muito grande. O Barcelona tinha padecido diante do time gaúcho. O Beira Rio estava lotado como se fosse um jogo. Fernandão ao lado de seus companheiros puxava o coro de “vamos vamos Inter!!”. Me arrepio até hoje. O capitão que conquistou o planeta. Imagem inesquecível do meu ídolo no futebol.

Como profissional, o entrevistei umas três vezes. Peguei a fase dirigente e de treinador em alguns jogos do Atlético e do Goiás em Porto Alegre e Goiânia. Quando ligava o microfone, já trato como natural meu trabalho de buscar boas respostas e encontrar a verdade. Depois disso, conversava sobre futebol, sobre jogos inesquecíveis do eterno “Capitão Planeta”.

Foram 190 partidas pelo Internacional – 77 gols, o primeiro deles, logo na estreia, em 2004, foi o milésimo na história do clássico Gre-nal. Pelo Goiás, foram 271 jogos com 108 gols, o último deles no empate contra o Vitória-BA, por 2 a 2, pela Copa do Brasil de 2010.

Nos últimos dias tinha conversado com Fernandão para gravar uma edição do Futebol de Goyaz e suas histórias. Infelizmente, mais uma vez difícil segurar as lágrimas, esta oportunidade não terei. Mas meu eterno “obrigado” terás… Não tive a coragem de uma despedia in loco. Fica a eterna imagem do guerreiro.

Descanse em paz, herói colorado, Capitão Planeta!