Os advogados de defesa de Vitalmiro Bastos de Moura, conhecido como Bida, conseguiram adiar o julgamento dele pelo Tribunal do Júri em Belém (PA), marcado para esta quarta-feira (31). Bida é acusado de mandar matar a missionária norte-americana Dorothy Stang, em fevereiro de 2005, em Anapu (PA).

A ausência do advogado de defesa pegou todos de surpresa. Para o promotor do caso, Edson Cardoso de Souza, o cancelamento do júri não era esperado. Segundo ele, o adiamento desaponta muitas pessoas que se deslocaram do interior do Pará até Belém para assistir ao júri.

O Tribunal de Justiça do estado aceitou o argumento de que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cezar Peluso ainda não analisou o pedido de habeas corpus protocolado pela defesa em fevereiro. Um novo julgamento foi marcado para o dia 12 de abril.

Inicialmente, Bida foi condenado a 30 anos de prisão pelo Tribunal do Júri. Mas, em um segundo julgamento, em 6 de maio de 2008, ele foi inocentado, mediante uso de provas ilícitas.

Esse seria o terceiro julgamento que o fazendeiro Bida enfrentaria. No primeiro, em maio de 2007, o réu foi condenado a 30 anos de prisão. Como a pena foi superior a 20 anos, Vitalmiro teve direito a um segundo julgamento, assim foi novamente a júri em maio de 2008. Dessa vez, o acusado foi absolvido. Mas a decisão foi anulada.

Crime

A missionária norte-americana Dorothy Stang foi morta a tiros em 12 de fevereiro de 2005, em Anapu (PA). A missionária foi assassinada porque defendia a implantação de assentamentos para trabalhadores rurais em terras públicas que eram reivindicadas por fazendeiros e madeireiros da região.