Há quem diga que o acesso do Goiás Esporte Clube para a Série A em 1994 foi polêmico. “Um pênalti claro fora da área”. Apesar de reconhecer que a penalidade marcada em cima do atacante Dill foi no mínimo duvidosa, Adriano, um dos meio-campistas daquele time, ressaltou a superação naquela semifinal contra a Desportiva-ES, pois antes da vitória por 2 a 0 no Serra Dourada, o Verdão havia perdido pelo mesmo placar fora de casa.

Em razão da grande chance de volta do Goiás para a Série A no ano que vem, o Sistema Sagres de Comunicação produziu uma série de entrevistas com personagens importantes de outros acessos esmeraldinos. Adriano foi um dos destaques daquela campanha e logo deixou uma mensagem para os jogadores do atual elenco.

“O jogador deve estar no focado no que deve ser feito. Acreditar no bom trabalho que o presidente (Paulo Rogério) vem fazendo. Desde a época que joguei no Goiás, ele acompanha e dá força aos jogadores. Tenho certeza que se os jogadores tiverem equilíbrio, o Goiás voltará para a Série A ainda neste ano”.

1994

Ainda sobre a decisão de 1994, Adriano lembrou de um aviso que deixou para os jogadores da Desportiva ainda no gramado do estádio Engenheiro Araripe, na cidade de Cariacica, quando o Goiás perdia por 2 a 0.

“Me recordo muito bem daquele jogo no Espírito Santo, porque a Desportiva estava com dois jogadores a mais, já que o Augusto e o Zé Teodoro tinham sido expulsos. Então a Desportiva fez um a zero e depois seus jogadores começaram com jogadinhas de letra, toquinhos de lado e eu tinha avisado que no Serra Dourada seria diferente. Eles poderiam ter decidido no primeiro jogo”.

No Serra Dourada, de fato foi diferente. O Goiás marcou com Marcelo Batista logo no começo do jogo. Depois, no tal pênalti fora da área citado por Adriano no início da reportagem, fez o segundo na cobrança de Baltazar.

“Se foi um pênalti discutível ou não, nós fizemos. Acho que por todo campeonato que jogamos, com a regularidade, jogando contra Coritiba, Athletico Paranaense, Londrina, equipes fortíssimas do sul, nós vencemos todos eles. No Serra Dourada, nós não perdemos nenhum jogo, fizemos a diferença dentro de casa. Acho que foi merecido aquele acesso”.

Meia Adriano com a camisa do Goiás Esporte Clube

Além de Adriano, o time contava com nomes consagrados no futebol brasileiro, como o lateral direito Zé Teodoro e o atacante Baltazar, e ainda outros que viriam a brilhar com a camisa esmeraldina e de outros clubes do Brasil. Nomes como o goleiro Kléber Guerra, zagueiros Márcio e Richard, lateral esquerdo Augusto, volantes Reidner e Romeu, meia Evandro Chaveirinho e o atacante Dill, também estavam no elenco comandado pelo técnico Walter Nascimento, que por sair das categorias de base, apostou em outros jogadores formados no próprio clube, como o zagueiro Flávio, meia Marcelo Borges e os atacantes Marcelo Batista, Formiga e Emerson.

Bem diferente dos dias atuais, Adriano lembrou que em 1994, o Goiás vivia uma grave crise financeira. Por isso, deu oportunidade para vários jogadores formados no clube e que tinham feito um bom Campeonato Goiano emprestados ao Inhumas. No entanto, o ex-meia, que naquela Série B foi o vice-artilheiro esmeraldino com cinco gols, também vê semelhanças daquele time com o atual.

“A experiência do Filipe Bastos tem dado uma consistência muito grande ao meio-campo, que ao meu ver teve uma oscilação ao longo do segundo turno, com o time caindo de produção. O Élvis não manteve a regularidade que teve no primeiro turno e no jogo contra o Coritiba voltou a jogar naquele nível do início. Vejo o Rezende como um grande jogador, que dá equilíbrio na marcação. O Goiás voltou a jogar aquele futebol que o colocou no G4”, finalizou.