Em reunião com representantes de 25 clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, na última segunda-feira (16), foram mais uma vez discutidos os pontos para a criação da Libra – Liga Brasileira de Clubes. No encontro, realizado no Rio de Janeiro, foi definida a criação de um comissão com seis representantes para seguir com as negociações discussões. O futebol Goiano foi representado por Leandro Bittar e Harlei Menezes, vices de Vila Nova e Goiás, respectivamente. Adson Batista, presidente do Atlético Goianiense, também participou da reunião, e nesta quarta- feira (18), comentou sobre o tema.

“A questão da Liga é fundamental para o futebol brasileiro. Tanto um lado, quanto o outro, têm interesse. O problema é que no futebol brasileiro ainda tem clubes que pensam somente no lado particular. Esse movimento tem pensado em um produto melhor e na meritocracia. Ainda acredito que há possiblidades, formamos grupos de trabalho, bem assessorados por várias empresas. Vai ter que ter bom senso pra que essa Liga aconteça”, destacou Adson.

Cinco clubes que fazem parte do Forte Futebol – Internacional, América-MG, Atlético-MG, Fortaleza e Fluminense – e a Associação Nacional de Clubes de Futebol (ANCF), que representa integrantes da Série B – formam a comissão que vai discutir com os dirigentes que já assinaram ou manifestaram o desejo da criação da Libra, como Bragantino, Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Ponte Preta, Botafogo, Flamengo, Vasco e Cruzeiro. O Grêmio, que embora tenha participado da reunião da última segunda-feira, também já sinalizou que deve assinar, porém propõe uma discussão mais ampla sobre o tema. De acordo com Adson Batista, a ausência de dirigentes com maior conhecimento sobre a funcionalidade do futebol brasileiro, dificulta que tudo seja resolvido o mais rápido possível.

“Ainda será uma discussão profunda. Há pensamentos ultrapassados, da época do Clube dos 13, e as pessoas precisam entender que o futebol brasileiro é muito plural. Os clubes aqui têm dificuldades, com “dirigentes de verão”, que daqui a pouco estarão fora do futebol e que não conseguem enxergar como o futebol funciona. O dono do Botafogo – John Textor, assinou com essa Liga, mas ele não avaliou bem como funcionam as coisas. Realmente, quem defende os melhores pontos de vista, os melhores conceitos, é o Forte Futebol, porque procura defender um bom produto, em condições de ter um Campeonato Brasileiro de alto nível”, ressaltou o dirigente, que aposta na criação da Lei do Mandante para equiparar os ganhos entre os clubes, afinal cada um passará a ser o responsável pela venda de suas partidas.

“Depois da Lei do Mandante, qualquer clube do futebol brasileiro deve ser enxergado de maneira igualitária. Evidente que Flamengo e Corinthians têm formas diferente de buscar orçamentos muito maiores, mas nesta questão, com a Lei do Mandante todo clube tem os seus direitos e deve ser respeitado”.

Contraproposta

De acordo com a proposta feita pelos clubes que apoiam a Libra, a divisão dos direitos de transmissão ficaria assim: 40% igualitários, 30% proporcionais à posição na classificação e outros 30% com base em audiência, presença de público e engajamento em redes sociais. Já a contraproposta feita pelo Forte Futebol na última segunda-feira, deseja que a divisão seja 45% igualitária, 25% referente a resultado e 30% de acordo com audiência, presença em estádio e engajamento em redes sociais.

Um próximo encontro entre os 40 clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro para a discussão da criação da Libra ainda não tem data para acontecer.