Foto: Daniel Augusto Jr / Estádio Serra Dourada

A menos de três meses para o início da principal competição nacional entre clubes, o futebol goiano vive um impasse: a falta de um estádio em condições de receber jogos de grande porte. O dilema do momento não é apenas o tamanho, mas principalmente a iluminação dos estádios goianos.

O gigante Serra Dourada, que passa por uma revitalização no gramado, possui iluminação com potência de 800 lux, então pré-requisito para receber jogos do Brasileirão de 2019. Para 2020, a exigência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) é que as praças esportivas possuam 1.600 lux, o dobro da atual no Serra, o que preocupa e muito o presidente do Atlético, Adson Batista, que cobra uma atitude do governo estadual, que gere o estádio.

“Preocupa. O governo nosso é um governo importante, espero que ele possa entender que o futebol goiano é muito forte, não pode passar por isso. Não dá para jogar na conta dos clubes, nós já estamos saturados, tudo no limite. Vamos fazer iluminação no Accioly, o Goiás vai fazer no estádio dele. Não é possível jogar isso em cima da gente”, afirma.

Para a nova iluminação, seria necessário um investimento de cerca de R$ 1 milhão. Mas não é só isso. A instalação envolve apresentação de um projeto e de abertura de licitação, cujos trâmites burocráticos podem acarretar em demora e, consequentemente, o Serra não ficaria apto a tempo de receber os jogos.

“Acho que é muito pequeno e pouco para o governo fazer. Nós tínhamos era que ter o estádio reformado, que era referência no Brasil, e hoje é referência negativa. É evidente que as pessoas estão lá lutando para ter o Serra Dourada, mas é importante a gente voltar a ter o Serra Dourada referência no Brasil, porque o futebol goiano merece”, cobra.

Uma solução a curto prazo seria transferir os jogos contra grandes como Flamengo, Corinthians, Palmeiras e São Paulo para outras praças, como o Mané Garrincha em Brasília, por exemplo, opção que não está nos planos do Atlético, segundo Adson.

“Nós não podemos vender jogo [para outras praças] porque não tem estádio com condição para fazer, e também não podemos perder dinheiro para fazer um jogo em um estádio que é pequeno, que é o nosso”, avalia.

Os Estádios Hailé Pinheiro, do Goiás, e Antônio Accioly, do Atlético, passam por reformas de ampliação para que tenham condições de receber jogos menores da Série A. Enquanto isso, os clubes farão a utilização do Estádio Olímpico. O Brasileirão 2020 começa no dia 3 de maio. 

À Sagres, a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer informou, por meio da Comunicação Setorial, que está ciente da necessidade de implantação da iluminação e que os estudos técnicos já estão em andamento, mas sem um prazo para conclusão.

Ainda de acordo com a Pasta, o secretário vai se reunir com os clubes assim que os estudos forem concluídos, para então definir os próximos passos. A secretaria não confirma quanto a implantação da nova iluminação vai custar, mas adiantou que a exigência será maior em 2021, passando a ser de 2.400 lux.

Por fim, a secretaria informou que ainda vai definir qual modalidade de contratação de serviços será utilizada para a implantação da nova iluminação.