Desde a última segunda-feira (9), vigilantes penitenciários temporários paralisaram as atividades nas unidades prisionais do Estado de Goiás. Segundo os grevistas, são mais de 2 mil trabalhadores provisórios em todo o estado, o que corresponde a 80% dos servidores do sistema. Só em Aparecida, são cerca de 250. Umas da líderes do movimento, Liliane Silva, faz um balanço da situação nos presídios após três dias de paralisação.

“Nos encontramos sim em um momento crítico. O presídio de Luziânia está em rebelião, o Choque está lá, isso o governo não fala, está abafando na mídia. Mortes, fugas, isto não está sendo divulgado. Tipos de mortes que não coincidem com que está acontecendo realmente. Sobre a paralisação, estamos muito descontentes com o que está acontecendo. Com o apoio dos nossos companheiros, vamos continuar firmes e fortes até o fim da semana”, afirma.

A agente afirma ainda que as rebeliões, que ocorrem no entorno do Distrito Federal, como é o caso de Luziânia, podem estourar também nas penitenciárias da região metropolitana de Goiânia. Segundo ela, o principal motivo da revolta dos presos é a entrada de alimentos nas carceragens, a complementação chamada “Cobal”.

“Em Luziânia virou rebelião por conta da Cobal, que é a entrada de alimentação das famílias dos presos. Começou ontem (10) e até o momento ainda está ocorrendo a rebelião, o Choque está presente. Então, se começa no entorno, logo chega na capital, e a capital está a um ponto de acontecer esse momento de rebelião”, afirma.

A líder do movimento grevista afirma que, além da Cobal, foram suspensas também aos presos visitas assistidas e de advogados e presença do oficial de Justiça, além de outros serviços. Ela afirma que entre os serviços mantidos, estão as saídas por motivo médico, e só ocorrem de acordo com a disponibilidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), além de trabalhos internos. Ela reitera que o clima nas penitenciárias é “tenso”.

“Dentro dos presídios está muito tenso. Os agentes e a cúpula estão temerários, só que há notícias errôneas de que está tudo ‘ok’. Se houve rebelião, o governo colocaria a PM mesmo, a população poderia ficar tranquila? Seria preciso a PM do estado inteiro para nos ajudar”, afirma.

A reportagem da 730 entrou em cotato com a assessoria da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária de Goiás (SSPAP-GO), mas não obteve resposta até esta publicação.

Com informações do repórter Jerônimo Junio