Outubro ocorre a realização das eleições municipais. Em Goiânia, os pré-candidatos já estão se movimentando no sentido de buscar a participação no jogo político. Além da atuação dos agentes políticos, também há uma preocupação quanto aos temas que estarão em debate nas eleições da capital, entre eles questões ambientais, que envolvem alagamentos, drenagem urbana, plantio e remoção de árvores.

O arquiteto e urbanista, conselheiro do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU/GO) David Finotti, avalia que os extremos climáticos estão cada vez mais frequentes, por exemplo, chuvas muito intensas que resultam em alagamentos pela cidade.

“Olha, a política ambiental vai ser um tema central nesse debate eleitoral para a prefeitura, né? Nós estamos vivendo hoje um período de mudanças climáticas, então, cada vez mais ficam mais frequentes eventos extremos, como chuvas concentradas em um período muito curto ou uma estação de seca muito prolongada, ventos fortes”, relatou.

Finotti analisa que Goiânia precisa se adaptar a esse tipo de transformação que vêm ocorrendo. O arquiteto e urbanista entende que há uma questão de resiliência urbana e que os políticos devem refletir sobre o assunto no período eleitoral.

“Então essa situação tem que ser colocada em debate, porque Goiânia precisa se adaptar a essas transformações. Goiânia tem que construir a sua resiliência urbana nessa palavra que fala que é como que a cidade pode sobreviver perante esses impactos desses eventos”, destacou.

Drenagem

A Prefeitura de Goiânia vem realizando obras pela cidade para conter alagamentos. Atualmente, a gestão realiza intervenções em 130 pontos da cidade para melhorar o escoamento das águas pluviais.

Durante os últimos dois anos, a Prefeitura de Goiânia anunciou que investiu cerca de R$ 200 milhões em obras de drenagem na capital.

O conselheiro do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU/GO) David Finotti, relata que essas obras são emergenciais e que a drenagem urbana é bastante complexa.

“Então essas obras que a prefeitura vem fazendo são um aspecto emergencial para resolver grandes problemas que estão surgindo agora devido esse impacto da chuva. Mas deve ser pensado no médio e longo prazo também, porque a questão da permeabilidade urbana e da drenagem é muito complexa”, disse.

Plano de Drenagem

A Prefeitura de Goiânia firmou em maio do ano passado uma parceria junto à Universidade Federal de Goiás (UFG) para a elaboração do Plano Diretor de Drenagem Urbana (PDDU) do município. O projeto é coordenado pela Escola de Engenharia Civil e Ambiental da UFG.

A previsão para entrega final é maio de 2025. Para o final deste ano, há uma estimativa para divulgação preliminar. O planejamento vigente até então é de 2005, e abrange apenas 60% da área urbana da capital goiana.

“Está sendo desenvolvido o plano de drenagem, que é um plano essencial para política urbana e ambiental da cidade. Então, a partir do momento que ele for que ele será entregue, a prefeitura vai pegar. Então pode ser desenvolvido, Já está sendo debatido. Mas quais são esses planos de médio e longo prazo?”, analisou.

Finotti também destaca que o Plano Diretor indica taxas de permeabilidade, mas o solo da cidade apresenta características distintas, por conta da proximidade com cursos hídricos, por exemplo. Desta forma, a análise também deve ser diferente.

“Qual que é a porcentagem de permeabilidade que seria melhor para determinadas regiões da cidade? Porque a gente não pode pensar igual. Nós temos dentro da cidade uma taxa de permeabilidade que gira em torno de 15%, segundo o Plano Diretor. Só que determinados bairros, o tipo de solo é diferente. Eles estão mais próximos de cursos hídricos. Então tem que ter esse escoamento dessa água de uma forma diferente”, finalizou.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima.

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