No último domingo (30) o Vila Nova empatou com Remo por zero a zero, embora o resultado não tenha sido o mais sonhado pelos colorados, a partida ficou marcada pela volta do meia Alan Mineiro. Após sofrer uma lesão no joelho esquerdo, em novembro do ano passado, o jogador passou por uma cirurgia e ficou dez meses sem disputar um jogo oficial.

Alan Mineiro comentou sobre a emoção de retornar ao gramados. “Muito feliz de poder ter voltado a jogar futebol, fazer aquilo que eu amo, sentimento de muita gratidão a Deus por ter me dado essa oportunidade. Antes do jogo me deu até dor de barriga, algumas dores que eu não estava acostumado, mas tudo isso faz parte de uma ansiedade de estar em campo novamente e viver aquele clima dos jogos”.

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O camisa 10 entrou em campo aos 26 minutos da etapa final e imediatamente recebeu a braçadeira de capitão das mãos do zagueiro Adalberto. Alan comentou a atitude do companheiro.

“Foi um momento inesquecível, ele já tinha falado comigo no vestiário, que se eu entrasse no jogo ele me passaria a faixa (de capitão). Mostra a minha importância dentro do grupo,  mas todo mundo é muito importante […]. Foi marcante para mim, foi emocionante esse momento, eu agradeci muito a ele (Adalberto) depois do jogo. Mas depois de entrar dentro de campo, a minha responsabilidade é igual a todo mundo, independente de ser capitão ou não, tenho que estar pronto para poder ajudar os meus companheiros”, revelou.

Ansiedade e dificuldades da recuperação

“Passou um filme na minha cabeça, desde quando eu fui convocado e vi meu nome na lista. Foram dez meses de muita dor, muito trabalho, muita dificuldade. Sempre tive o apoio da minha família, agradeço ao Hugo (Jorge Bravo), ao departamento de fisioterapia que me liberou para poder me recuperar casa, isso me ajudou muito. Depois terminei a parte final da recuperação aqui no clube”, explicou.

“O momento mais difícil foram os primeiros meses, eu fiquei dois meses só de muleta, não podia colocar o pé no chão por causa da cirurgia, pela gravidade da lesão. Esse momento foi o mais difícil, depois eu comecei a ter um contato com o chão, comecei a caminhar, a fazer algumas coisas que eu já fazia, a partir desse momento as coisas começam a melhorar”, concluiu.

Titularidade

“Eu acho que é como o Bolívar falou, tem que ser gradativamente, temos que ir evoluindo a cada dia, a cada semana. Não adianta eu querer antecipar as coisas, eu querer prometer algo, porque eu venho de uma lesão muito dura, muito difícil. Foram dez meses sem jogar futebol, então não é correto da minha parte voltar e já querer ser titular, já querer ser o Alan de antes. Mas tenho evoluído a cada dia, já me sinto super bem, me sinto confiante para fazer os movimentos, fazer tudo aquilo que eu fazia antes, mas temos que ir aos poucos para voltar 100% e poder ajudar”.

Disputa por posição com Emanuel Biancucchi

“Depois do jogo eu dei um abraço nele, antes também, falei que eu torço muito por ele. Independente de eu estar jogando ou não, respeito o meu companheiro que está dentro de campo. Hoje ele é o titular da equipe com méritos, por tudo que ele vem fazendo aqui no Vila, desde quando chegou. Acho que independente de quem for titular, vai dar o melhor para o Vila. E eu torço muito para que ele se dê bem, porque quem tem a ganhar não só o Alan, não é só o Biancucchi, é Vila Nova”.

Desempenho do Vila na Série C

“Acho que nossa equipe vem evoluindo e jogando muito bem os jogos. Até no jogo contra o Ferroviário, que acabamos perdendo por um placar elástico, acredito que a nossa equipe fez uma grande partida. Infelizmente o resultado não condiz e o que fica marcado são os quatro a zero, ninguém quer saber se a gente jogou bem ou mal. E do mesmo jeito nessa última partida (contra o Remo), nossa equipe fez um grande jogo, só que o resultado não veio e isso apaga um pouco o que a gente fez dentro de campo”.

Esperança do torcedor

“Sobre essa responsabilidade eu encaro como natural, eu já assumi essa responsabilidade aqui, é claro que eu não sou melhor que ninguém, todos nós somos importantes aqui dentro do grupo, todo mundo tem o mesmo papel, o mesmo valor aqui dentro. Eu entendo o carinho que a torcida tem por mim, por tudo que eu fiz nos últimos anos, mas não me considero um ídolo. Porque um ídolo, tem que conquistar alguma coisa e eu preciso conquistar alguma coisa no Vila”, destacou.

“Eu vou buscar essa conquista, esse título, esse acesso… Para que meu nome fique marcado na história. Mas eu reconheço essa expectativa que o torcedor, os meus companheiros e a diretoria tem, eu assumo essa responsabilidade mesmo voltando de uma lesão que é muito grave. Estou aqui para ajudar e vou trabalhar muito, porque eu sei que a cobrança será muito grande”.

“A partir do momento que eu entrar dentro de campo todo mundo vai esquecer os dez meses de lesão e todo mundo vai querer que eu repita as atuações que eu tive nos anos anteriores. Então preciso me preparar, focar e treinar muito, para a hora que eu entrar dentro de campo, eu possa corresponder a expectativa, voltar a fazer meus gols e ajudar o Vila Nova”, finalizou.