Goiás tem enfrentado resistência da população ainda não vacinada contra a Covid-19 para conseguir ampliar a cobertura no estado. Em entrevista à Sagres, a presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás (Cosems), Verônica Savatim, confirmou que há dificuldade de avançar e declarou que já não sabe mais qual estratégia adotar.
“Essas pessoas que não se vacinaram, não foi por falta de oportunidade e, sim, por uma convicção que, de verdade, não dá para saber mais como convencê-los. Os municípios estão com horários de vacinação estendidos até a noite, finais de semana, carros de vacina, usando outros espaços como feiras para fazer vacinação e a gente não consegue imunizar essas pessoas”, detalhou Verônica.
Ouça a entrevista completa:
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), 74,6% da população está vacinada com a primeira dose e 60,07% com segunda ou dose única. O ideal é a cobertura com o esquema vacinal completo chegar a 75% da população. Na segunda-feira o secretário de Saúde, Ismael Alexandrino, disse à Sagres que 700 mil goianos não tomaram a vacina por conta de informações falsas ou por convicções contra a vacina.
Segundo a presidente do Cosems, há dois grupos: os vacinados apenas com a primeira dose; e os que sequer iniciaram a imunização. Em relação a quem tomou apenas a D1, Verônica explicou que o atraso para tomar a segunda dose ocorre por uma falsa sensação de segurança. “A pessoa pensa que está protegida e, por isso, pode esperar”, disse.
Já quem ainda não iniciou o esquema vacinal, a motivação é diferente. “Os demais, que não tomaram nem a primeira dose, é convicção de que essa vacina vai fazer mal, os efeitos adversos, e aqui nem vou entrar no mérito de tudo que já foi falado sobre essa vacinação”, esclareceu a presidente.
Para Verônica, fazer as pessoas entenderem a importância da vacinação tem sido mais difícil do que qualquer outra orientação desde o início da pandemia. Segundo ela, o isolamento, a higienização, o uso de máscara e também do álcool em gel tiveram mais aceitação.
Ômicron
O surgimento de uma nova variante da Covid-19 é motivo de precaução em todo o país. A presidente do Cosems, Verônica Savatim, ressaltou ainda que nenhuma medida diferente em relação ao enfrentamento das outras cepas deve ser tomada, mas que algumas discussões relativas a uma possível “volta à normalidade” estão descartadas. “Aquela conversa sobre permitir a retirada da máscara em locais abertos não deve ocorrer mais”, exemplificou.
A nova cepa também impacta nas festas de fim de ano. Enquanto alguns municípios podem optar por cancelar os eventos, a SES-GO recomenda a utilização do passaporte da vacina. “Nós acreditamos que agora, mais do que nunca, a exigência do passaporte da vacina se torna uma prioridade para todos”, reforçou Verônica.
Assista à entrevista completa:
Leia mais: