Após a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgar o calendário do Campeonato Brasileiro, a indefinição sobre o término do Campeonato Goiano 2020 voltou a ser pauta. À Sagres 730 na última semana, André Pitta afirmou a intenção de que o torneio seja encerrado dentro das quatro linhas. Nesta quarta-feira (15), em entrevista à PUC TV, o presidente da Federação Goiana de Futebol (FGF) reiterou o desejo.
“Acreditamos que sim (terminar em campo), vamos trabalhar com essa possibilidade e estamos trabalhando desde o início. O Campeonato Brasileiro se inicia agora e vamos acompanhar para saber como vai acontecer, mas o nosso projeto é preparar o Campeonato Goiano para que ele possa terminar o ano que vem já na véspera do início do Goianão de 2021”.
A menos de um mês do início da competição nacional, o Goianão não tem condições de ser realizado no mês de julho. Além do calendário, o que inviabiliza a retomada imediata é o fato de que grande parte dos clubes do interior do estado desmontaram seus elencos e não estão treinando. Por isso a expectativa é que o restante do estadual seja disputado apenas em 2021.
“Nossa ideia é essa (concluir dentro do Brasileirão). Até para que as equipes do interior, que tem menor condição, possam montar uma equipe para concluir o campeonato 2020 e a mesma equipe já iniciar a edição 2021. Vamos fazer o levantamento dessas datas, fazer alguns ajustes e conversar com os clubes para ver se chegamos em um consenso para que esse pensamento seja planejado e seguido”, explicou Pitta.
Entretanto a perspectiva de que o Campeonato Goiano seja encerrado no início da próxima temporada não é vista com bons olhos pela diretoria do Vila Nova e foi bastante criticada pelo presidente do Atlético-GO, Adson Batista, em entrevista à Sagres 730 por coincidir com a reta final do Campeonato Brasileiro, tanto da Série A como da Série C.
À PUC TV, André Pitta diz ter consciência de que as duas competições sendo disputadas simultaneamente pode atrapalhar os goianos no torneio nacional. Todavia, pediu “sensibilidade e bom senso” aos clubes neste cenário adverso que o esporte vive por conta da pandemia do coronavírus.
“Sim, com toda certeza (dividir atenção com o Brasileiro). Mas nós temos que fazer a avaliação de que temos que concluir um campeonato que está em aberto e é um momento completamente diferente que estamos vivendo. Então todos têm que ter uma sensibilidade, um bom senso nesse momento e todos fazerem um pouco de sacrifício para terminarmos o Campeonato Goiano dentro de campo que é o mais importante, mas que isso também não venha prejudicar o clubes no Brasileiro”, analisou.
Mesmo com a resistência da diretoria atleticana, o presidente da Federação Goiana de Futebol revelou já ter o aval de alguns times que disputavam o estadual. “Vários clubes que eu conversei sim, mas ainda não entrei muito em detalhes. Estamos montando o planejamento de datas, época de início, tudo isso está sendo montado para que depois a gente chegue nos clubes com tudo concreto para essa definição”, disse.
Goianão 2020 anulado?
Antes de sinalizar o retorno do campeonato estadual, muito se especulou pela anulação do torneio ou o encerramento “fora de campo”. André Pitta foi cauteloso sobre o assunto, disse que vai buscar alternativas que causem menos prejuízo para todos, mas não descartou a possibilidade.
“Eu costumo dizer que todas as cartas estão na mesa. O momento que a gente vive não nos permite falar que nada pode, ou deixar, ou acontecer. Temos que ter muita cautela, avaliar todas as possibilidades. Mas é óbvio que se chegarmos no momento desse e nosso clubes estiverem muito comprometidos no Brasileiro, nós não vamos sacrificá-los em virtude do Campeonato Goiano. Então nós temos que ter muita calma, é um momento difícil que a gente vive e agora precisamos ter planejamento e tentar atender todos os interesses para ter menos prejuízo possível”, pontuou.
A postura do dirigente foi a mesma sobre determinar o fim da competição e decidir título, rebaixamento e vaga nas competições nacionais tomando por base a classificação obtida pelas equipes antes da paralisação.
“Mais uma vez, todas as cartas estão na mesa. Claro que algumas trazem mais dificuldades, outros menos, são questões legais e outras que serão discutidas a cada etapa, você vai avaliando caso a caso. Todas as opções estão na mesa e vamos avalia-las no momento certo”, concluiu o presidente da FGF.