Na primeira vez que enfrentou uma equipe de ponta – com exceção da França – o Uruguai não resisitiu a força da Holanda, e perdeu por 3 a 2 e se despediu da Copa do Mundo. A equipe uruguaia se manteve viva até o final da partida, mas o melhor futebol da única equipe 100% até agora na Copa se sobressaiu.
Van Bronckhorst abriu o placar para os holandeses, e Forlán empatou ainda no primeiro tempo. Na segunda etapa a laranja mecânica ampliou com Sneijder e Robben, e praticamente liquidou a fatura. Maximiliano Pereira diminuiu no finalzinho da partida, mas não foi o suficiente para manter o Uruguai vivo na disputa.
A Holanda volta a disputar uma final de Copa depois de 32 anos, depois de ter sido finalista em 1974 e em 1978. O time europeu agora espera o vencedor da partida de amanhã, entre Alemanha e Espanha, para saber com quem disputará o título mais importante do futebol, no próximo domingo (11), às 15h30, no Soccer City, em Johanesburgo. A celeste disputará o terceiro lugar no sábado (10), também às 15h30, em Porto Elizabeth.
EMPATE NO PRIMEIRO TEMPO
Como já era esperado, a Holanda começou melhor a partida. Tão bem que logo no terceiro minuto de jogo quase abriu o placar com um chute de Kuyt. A laranja tocava bastante a bola tentando achar os espaços na marcação uruguaia, principalmente pelos lados do campo. As únicas chances sul-americanas vinham em contra-golpes.
Com a forte marcação da celeste, que se encontrava bastante retraída, o primeiro gol holandês veio com um arremate de fora da área. O capitão do time europeu, o experiente Van Bronckhorst, recebeu a bola na esquerda, foi avançando e soltou o petardo de perna esquerda. A bola bateu caprichosamente na forquilha do gol e entrou.
Mesmo com a vantagem no placar, o time do técnico Bert Van Marwijk não se acuou. Continuava com a posse de bola na tentativa do segundo gol. Entretanto o Uruguai tentava aproveitar os espaços abertos, mas tinha dificuldades para chegar ao ataque. O jeito era também arriscar de fora da área. E foi assim que o empate saiu.
Aos 40 minutos, Forlán recebeu a bola na intermediária, cortou para o meio e bateu de perna esquerda. A pelota fez uma curva antes de entrar no gol. Stekelenburg ainda tocou na bola antes dela entrar, mas não conseguiu impedir o quarto gol do atacante uruguaio nessa Copa, o terceiro com um arremate de fora da área.
LARANJA MECÂNICA MOSTRA A FORÇA
Na etapa derradeira, o time do técnico Oscar Tabárez voltou mais incisivo. A celeste adiantou a marcação, e Cavani e Forlán ajudavam nas roubadas de bola ainda no campo de defesa holandês e segurando a posse de bola no campo de ataque, o que diminuiu um pouco o ímpeto dos europeus. A Holanda tentava com avanços pelos lados, principalmente com Kuyt pela direita.
Entretanto a primeira boa chance do segundo tempo veio com os holandeses. Aos 23 minutos Van Persie cruzou e Van der Vaart, que entrou no intervalo, pegou de primeira. O goleiro Muslera deu o rebote, que Robben aproveitou e chutou para fora. Não demorou e a Holanda retomou a liderança no placar.
Em um lance polêmico, Sneijder dominou a bola na entrada da área, se desvencilhou da marcação e chutou fraco, a bola desviou no meio do caminho e entrou no canto direito do goleiro uruguaio. A equipe sul-americana reclamou impedimento, já que Van Persie, em posição irregular, teria prejudicado Muslera no lance. Foi o quinto gol do meia da Inter de Milão no mundial, que agora é artilheiro da competição ao lado de Villa, da Espanha.
O golpe final veio três minutos depois. Aproveitando os espaços abertos deixados pelo time uruguaio, que saiu em busca do empate, Kuyt, agora pelo lado esquerdo, o jogador do Liverpool cruzou na medida para Robben cabecear e marcar o seu segundo gol na Copa. Após o terceiro gol, a Holanda trocava passes com paciência, apenas a espera do apito final.
URUGUAI PRESSIONA
No desespero, o Uruguai tentava diminuir alçando bolas na área, mas sem sucesso. Mas aos 47 minutos, as esperanças castelhanas foram retomadas. Maxi Pereira aproveitou uma jogada ensaiada em cobrança de falta e bateu de fora da área. A bola entrou no canto direito de Stekelenburg.
Os torcedores uruguaios mais otimistas acreditavam na mística da camisa celeste para que o empate viesse, em mais um lance como o da semifinal contra Gana. A equipe sul-americana pressionou, mas a classificação ficou com a Holanda, que mesmo sem jogar tudo o que pode, conseguiu a sexta vitória na Copa do Mundo.
FICHA TÉCNICA – URUGUAI 2 x 3 HOLANDA
Local: Estádio Green Point, na Cidade do Cabo (África do Sul)
Data: 6 de julho de 2010, terça-feira
Horário: 15h30 (Brasília)
Árbitro: Ravshan Irmatov (Uzbequistão)
Assistentes: Rafael Ilyasov e Bahadyr Kochkarov (ambos do Uzbequistão)
URUGUAI: Muslera, Maxi Pereira, Victorino, Godín e Cáceres; Pérez, Gargano, Arévalo e Álvaro Pereira (Loco Abreu); Cavani e Forlán (Sebastián Fernández)
Técnico: Oscar Tabárez
HOLANDA: Stekelenburg, Boulahrouz, Heitinga, Mathijsen e Van Bronckhorst; Van Bommel, De Zeeuw (Van der Vaart) e Sneijder; Kuyt, Robben (Elia) e Van Persie
Técnico: Bert Van Marwijk
Gols: Van Bronckhorst 17min 1°T, Sneijder 24min 2°T e Robben 27min 2°T (Holanda) / Forlán 40min 1°T e Maxi Pereira 47min 2°T (Uruguai)
Cartões amarelos: Sneijder e Van Bommel (Holanda), e Maxi Pereira e Martín Cáceres (Uruguai) 
