Após derrota, Haddad discursa e promete defender a democracia brasileira (Foto: Ricardo Stuckert/Assessoria Fernando Haddad)

 

O combate à censura e a luta pela defesa dos direitos e da democracia marcaram o discurso de Fernando Haddad após a derrota para presidente do Brasil. Acompanhado da candidata a vice, Manuel D’Ávila, o presidenciável agradeceu os 46 milhões de votos e prometeu ser uma voz de poder na luta contra Jair Bolsonaro e sua ameaça à soberania nacional.

‘Vivemos um período já longo onde as instituições são colocadas à prova em todo instante. Tivemos o afastamento da presidenta Dilma, a prisão injusta do presidente Lula e cassação do registro do Lula, desrespeitando uma posição que era defendida pela ONU. Mas seguiremos com coragem para levar a nossa mensagem aos brasileiros, para a periferia, LGBTS, brancos e negros, católicos, evangélicos, ateus ou de religião afro. A soberania nacional e a democracia estão acima de todos nós”, disse Haddad.

Após ter conseguido avançar para o segundo turno, Haddad recebeu apoio superior a 47 milhões de brasileiros, total de 44% dos votos válidos. Professor universitário, o petista lembrou o seu histórico e disse que o país vive momento delicado, com perda de conquistas importantes do passado.

“Temos uma nação e vamos defendê-la contra essas pessoas desrespeitosas que tentam usurpar o povo brasileiro. São os direitos econômicos, políticos e trabalhistas que estão em jogo. É uma tarefa enorme da democracia, defender o pensamento e a liberdade dos 46 milhões que nos apoiaram. Nós ajudamos a construir uma democracia, uma das maiores do mundo. Vamos manter esse compromisso e não aceitar ameaças. Lembrando o nosso hino, verás que um professor não foge à luta”.

Em um tom de auto-crítica com os problemas recentes do PT, Haddad projetou como será o futuro do partido e como este trabalho será feito nos próximos quatro anos.

“Vamos fazer uma caminhada reconectando com as bases, com os pobres do nosso país, para retecer um programa de nação que sensibilizará o país. Daqui a quatro anos, teremos uma nova eleição e temos de garantir as nossas instituições. Não vamos de deixar de exercer a cidadania. O Brasil nunca precisou exercer a cidadania como agora. Andei por todo o Brasil e encontrei pessoas com medo e angustiadas. E eu falo. Não tenham medo. Nós estaremos aqui e vamos defender vocês. Contem conosco”, concluiu.