Após a fuga de 11 adolescentes, ocorrida no início dessa semana, do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case), no Setor Conjunto Vera Cruz I, em Goiânia, o Ministério Público (MP-GO) realizou uma inspeção no local nesta quinta-feira (11) para vistoriar as condições de alojamento dos internos, do efetivo de agentes e também a estrutura física da unidade.

O promotor e coordenador do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude, Publius Lentulus Rocha, apontou quais problemas foram identificados no Case de Goiânia.

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Quanto à rotina dos internos, a promotora de Justiça, Patrícia Otoni, afirma que o sistema educacional e de atividades extras também apresentam falhas.

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Para o presidente do Sindicato do Sistema Socieducativo no Estado de Goiás, Roberto Condé, fatores como a falta de agentes, centros com superlotação e estruturas precárias são situações que acontecem em todos os Cases do estado.

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O promotor Publius Lentulus acrescentou ainda que a intenção da visita do MP-GO ao Case é reforçar que a comunidade socieducativa não está em situação de abandono.

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A unidade tem capacidade para 160 internos. No entanto, no momento da fuga haviam 174. Dos 11 foragidos, nenhum foi recapturado até o momento.

Nas duas primeiras semanas do ano, fugas e três rebeliões foram registradas também no sistema prisional de Goiás. Nove detentos morreram, 14 ficaram feridos e mais de 240 fugiram só no Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiânia, no dia 1º de janeiro.

A crise carcerária trouxe a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Cármen Lúcia, a Goiânia na última segunda-feira (8) para tratar das condições dos presídios goianos.

Nesta sexta-feira (12), a ministra determinou uma nova vistoria no complexo prisional às 8h da manhã, já que da última vez, a ministra foi aconselhada pelo presidente do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), o desembargador Gilberto Marques Filho, de não ir ao local por questões de segurança.

Com informações da repórter Giuliane Alves