A Câmara dos Deputados lançou na quarta-feira, 24, uma cartilha e um site sobre a participação das mulheres na política. São os primeiros produtos do projeto de pesquisa da Universidade Federal de Goiás (UFG) “De olho nas urnas”. O evento contou com a colaboração da Secretaria da Mulher e várias outras entidades públicas de ensino.

Este projeto, apoiado pelo Observatório Nacional da Mulher na Política, tem como objetivo principal promover a investigação, a disseminação de conhecimento científico e o estímulo à participação feminina nas eleições municipais de 2024. Financiado pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados, o projeto é coordenado pela reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima.

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e a Secretaria da Mulher lançaram o site e a cartilha informativa, disponíveis neste site, com recursos para preparar pré-candidatas para as próximas eleições.

“E aqui estamos para lançar os frutos brilhantes desse projeto que será altamente importante para as eleições. Esse projeto é um sucesso não só pelo levantamento de dados, mas principalmente por oferecer resultados imediatos para a sociedade. Estamos aqui para comemorar esses produtos”, celebrou a deputada federal Yandra Moura, uma das parlamentares que integram a comissão e apoiou o projeto, alocando recursos para que a pesquisa pudesse gerar resultados antes do pleito de 2024.

Comissão

O projeto envolve 31 pesquisadores, predominantemente mulheres, trabalhando em diversas regiões do Brasil e até mesmo além-fronteiras. Em sua fala, a reitora afirmou que “houve uma cooperação muito grande de colaboradores para redigir, ilustrar e apresentar essa cartilha, que será especialmente útil nesse momento para embasarem as mulheres a se engajarem na política. Hoje temos então a cartilha imprensa e o hot site”, apresentou.

A ênfase inicial está na divulgação dos produtos de comunicação, especialmente devido às eleições em outubro. A pesquisa avança em três etapas, começando com a análise dos dados das eleições de 2020, que serão divulgados em maio. “É a partir desses dados que concebemos a cartilha, já apresentando resultados com relação a essa eleição, que são de extrema importância para se pensar os espaços de poder”, explicou a reitora.

Na segunda fase, o projeto funcionará como um observatório, examinando dados e tendências em todo o país. Em dezembro, está previsto o início da terceira etapa, que incluirá a comparação dos dados de 2020 com a campanha de 2024, bem como a análise das eleições deste ano.

“Queremos estruturar para antecipar dados e traçar um panorama sobre como nós mulheres podemos participar da política. Nos assusta perceber que há espaços no Brasil que há uma completa exclusão das mulheres na política. Essa pesquisa é altamente inovadora e inédita”, concluiu a reitora.

Verdadeira democracia

A deputada Ana Pimentel, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, ressalta que a verdadeira democracia não pode ser alcançada enquanto as mulheres enfrentarem exclusão na política.

“As mulheres são ainda hoje responsabilizadas pelo cuidado e muitas vezes submetidas a violências. O cenário ainda é muito perturbador”, considerou. A deputada Leda Borges agradeceu a confiança da comissão em investir nas pesquisas sobre o desafio que as mulheres tem enfrentado.

“Esse é um momento histórico e tenho certeza que esse é apenas o começo para que as mulheres continuem alcançando seus espaços de poder”, concluiu.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 05 – Igualdade de Gênero

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