Em comemoração ao mês das mães, a última edição do Arena Repense, realizada no último 29 de maio, trouxe as jovens mães como protagonistas, destacando suas histórias de como conseguiram unir a experiência profissional com a vida pessoal. 

A partir da troca de experiências entre os participantes é possível assimilar o fato de que a vida continua, com as devidas adaptações, e os sonhos não precisam acabar quando uma gravidez, planejada ou não, acontece. 

A conversa contou com Amanda Costa, psicóloga da Renapsi, Sarah Beatriz, auxiliar de RH da Renapsi, Jéssica Vaz, especialista em Gente e Gestão e os jovens aprendizes do polo Goiás e Recife.

Vivências

Sarah, que já foi aprendiz, contou sobre sua gravidez inesperada após o ensino médio e como encontrou na Renapsi uma oportunidade profissional. Já Amanda, mesmo com uma gestação planejada, contou que seu filho também foi um desafio, afinal esse processo envolve vários fatores. 

Por uma mesma lógica, Maria Yasmin, aprendiz do polo Recife, participou com um vídeo de depoimento, no qual contou que ser mãe é uma experiência que pode ser encarada, por algumas pessoas, como um momento de atraso na carreira e nos sonhos. Contudo ela defende: “a gente pode correr e sonhar com a nova realidade (…), se a gente parar, estagnar, a gente não sai do lugar (…) Diante todas as dificuldades da vida, de ser mãe, de ser profissional, de ser uma dona de casa, de lidar com os problemas e o peso que a sociedade coloca na gente que é mais jovem”.

Por outra perspectiva, Samuel, um dos Jovens Aprendizes que participava da roda de conversa, contou que sua mãe o teve com 16 anos e não contou com o apoio imediato da família. Nesse âmbito, sua mãe também teve dificuldade para entrar no mercado de trabalho. E, além disso, o jovem trouxe, durante sua fala, a noção do trabalho de cuidado que é realizado pelas mulheres e que é culturalmente invisibilizado.

Julgamento

São inúmeros desafios emocionais que surgem com uma gravidez inesperada. É o que defende a psicóloga: “insegurança, o medo do novo e de toda a mudança do tipo (…) será que eu vou dar conta? A preocupação com a questão financeira”. Outro aspecto fica com o julgamento social, afinal, os relatos são de comentários mesmo com a gravidez planejada.

Assim, Sarah explicou que os comentários negativos talvez sejam uma das piores partes: “acabam com a gente”. E, enquanto a mãe atravessa o processo de aceitação de si e da gravidez, os comentários maldosos não agregam e passam a prejudicar a saúde mental das jovens gestantes. Essas pessoas escolhem, consciente ou inconscientemente, não praticar a empatia e, como destacou Amanda, um ponto essencial é justamente “ter empatia sobre o momento que o outro tá passando.”

Adaptação

Quando o assunto se encaminhou para as alternativas que podem auxiliar as mães a superarem as dificuldades que surgem, Jéssica Vaz contribuiu com a visão do digital. Essa alternativa, proporcionada pelo trabalho home-office e os cursos online, permite um contato maior com os filhos.

Para a especialista em Gente e Gestão, a palavra-chave é adaptação: “os sonhos de vocês não precisam morrer. Basta se adaptar”. A vida profissional pode continuar a partir de pequenos acordos, flexibilidade e proatividade, além da prática de “calar as vozes externas” que tendem a desmotivar.

Mesmo com as alterações hormonais decorrentes da gravidez, a vida pode ir, aos poucos, normalizando mas lembrando: “você não vai fazer tudo da mesma forma como você fazia antes”, defende.

Outro aspecto que pode incentivar as jovens mães a não desistirem é o fato de que elas podem inspirar as filhas a partir desse movimento de resiliência. Mas ela lembra que é essencial uma rede de apoio para poder descansar e se equilibrar quando se é mãe.

Educação Sexual

Por fim, a conversa se propôs a desmistificar a aura negativa atribuída à educação sexual, processo que não busca incentivar o ato sexual, mas a proteger, noção que surge a partir do conhecimento do próprio corpo e a imposição de limites. 

Esse assunto que no passado não era comum ser abordado pelos pais em casa, passa a ser alvo cada vez mais, na contemporaneidade, de olhares que propõem o cuidado a fim de evitar a propagação de doenças e um melhor conhecimento sobre o corpo que, em última análise, busca frustrar tentativas de violência sexual principalmente contra crianças.

E, conforme Amanda, a adolescência chega com um turbilhão de sentimentos, e essa iniciativa de conhecimento vem “não no sentido de proibir, mas de orientar” 

Assista à Arena Repense na íntegra no link acima.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

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