O Arena Repense da última terça (27) debateu o papel dos jovens na promoção da diversidade como um todo. A conversa teve como ponto norteador a experiência pessoal de um dos jovens, que sofreu uma agressão homofóbica, mas que teve sua situação psicossocial aliviada por meio de um movimento empático e solidário de outros aprendizes da Renapsi, juntamente com uma atividade proposta por um instrutor.

O jovem em questão é Isaque Terra. Ele foi agredido fisicamente após sair da escola e, de acordo com ele, é uma sensação de choque. “Eu olhava para minha mãe e falava ‘não é possível que isso esteja acontecendo’ eu abraçava ela e chorava tanto… não entrava na minha cabeça que aquilo era verdade”, disse o estudante.

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A roda de conversa contou com a presença de Abner Marcelo, instrutor da Renapsi polo Goiás, Lavínia Mendes, escritora, e os jovens aprendizes, Ana Victória Costa e Isaque Terra.

História

No decorrer da conversa, a escritora Lavínia Mendes pontuou sobre uma condição socioestrutural que tende a legitimizar o preconceito. Segundo ela, existe um padrão aceitável de beleza, religião, gênero e raça importado, desde a época da colonização, em nosso país e que é considerado superior. Ainda no mesma temática, Abner afirmou que “a gente perpassou por várias etapas do Brasil até a gente conseguir realmente chegar numa identificação.”

Autoafirmação

Resistência é a palavra-chave para a juventude, dado que Lavínia explicou a relevância de se reconhecer e autoafirmar perante a sociedade e seus preconceitos. “A partir do momento que a gente escolhe não fraquejar (…) assumir nossos cabelos, assumir nossa sexualidade (…) a violência vem sobre os nossos corpos, seja ela física, simbólica, psicológica (…) esse momento é importante para gente entender o que é essa diversidade e como ela está presente na nossa sociedade, o quanto é importante a gente ter consciência que fazemos parte dessa diversidade, como a gente pode se apoiar quando essa diversidade não é aceita”, afirmou.

Emancipação

Tanto Abner quanto a escritora concordaram com a ideia de que as denúncias são uma forma de combate extremamente necessárias e de que há uma necessidade de não se conformar com os padrões. Nesse sentido “às vezes é muito mais agressivo eu ser o que sou do que eu ser como todo mundo é. De eu ser o padrão. Então se é agressivo você ser o que você é, você tem que explorar essa sua agressividade de uma maneira positiva”, explicou o instrutor.

Outro aspecto relacionado ao ato de inconformidade e que pode auxiliar nesse processo está na internet, que é uma aliada, afinal permite a circulação de conhecimentos, de estratégias de luta e a existência de comunidades que se apoiem e se defendam da supressão social promovida pela discriminação.

Assista à Arena Repense na íntegra no link acima.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

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