Neste domingo (17), o Vila Nova define o seu destino no Campeonato Brasileiro. Rebaixado da Série B em 2019, o clube colorado busca o retorno imediato à segunda divisão em jogo decisivo contra o Ituano, pela 6ª rodada da segunda fase da Série C, no estádio Novelli Júnior, em Itu (SP), às 18h. Na segunda posição do Grupo C, o time precisa de uma vitória para não depender de ninguém e garantir a promoção.

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A luta pelo acesso na Série C de 2020, porém, não é inédita para os vilanovenses, que já foram promovidos em quatro oportunidades. Como parte do momento atual do clube, o Sistema Sagres de Comunicação preparou um material especial com entrevistas inéditas com jogadores importantes no passado e que marcaram os seus nomes na história colorada. Caso do meia-atacante Sabino, artilheiro decisivo em 1996.

Depois de passagens por Anápolis e Crac, o baiano chegou ao estádio Onésio Brasileiro Alvarenga para o Campeonato Brasileiro de 1996, conquistado pelo Vila Nova de forma invicta em 14 jogos, com 11 vitórias e três empates. Segundo o site Futebol de Goyaz, Sabino esteve presente em 12 partidas e foi o artilheiro do time colorado na competição, com sete gols marcados, destaque ao lado de jogadores como Moisés, Luciano Mineiro, Mona, Tim, Gilberto e Roni.

Na primeira fase, terminou líder do Grupo 12, disputado com Uberlândia e Anápolis. Nas fases seguintes, já em formato de mata-mata, triunfos sobre Gurupi-TO (7 a 0 no agregado), Fluminense de Feira (5 a 1) e Nacional (4 a 0). Na semifinal, contra o Porto-PE, depois do empate sem gols em Caruaru, no estádio Serra Dourada, a vitória de virada por 5 a 3 deu o acesso aos vilanovenses. Na final, vitórias por 2 a 1, em Goiânia, e 1 a 0, em Ribeirão Preto (SP), sobre o Botafogo-SP.

Lembranças de 1996

Segundo Sabino, “falar sobre esse título é um privilégio para poucos, porque, independente da série que for, ser campeão invicto não é brincadeira. Naquela época, pelo elenco que tínhamos, o nosso maior adversário eram os campos. O nosso time era muito qualificado e tínhamos dificuldades em muitos campos, mas alinhamos a vontade com a técnica, o que foi muito importante. É uma marca e um mérito que ninguém tira, isso está registrado”.

Além das vitórias na final com seus gols decisivos, o meia-atacante ressaltou que “o jogo contra o Porto foi fundamental, um jogo que jamais esqueceremos. Saímos atrás e, com a nossa torcida, que nos deu uma força muito grande, foi fundamental para virarmos aquele jogo, e virarmos bem. O que a diretoria do Vila Nova fez no vestiário comoveu todo mundo, porque colocou um vídeo de cada família, e aquilo mexeu muito com o nosso brio”.

Parceria com Tim

Além do repórter Paulo Massad, o comentarista Tim também participou da entrevista. Segundo Sabino, “jogar com o Tim foi uma satisfação imensa, foi uma coisa que ‘bateu’ dentro de campo. Nos identificamos muito e até no toque da bola já sabia o que fazer. Tínhamos dedicação e isso também foi de treinamento. O Tim era um jogador com uma força muito grande e muito técnico, e essa força levávamos para dentro de campo. Só em vestir a camisa do Vila Nova foi muito gratificante”.

Já para Tim, Sabino “foi um dos grandes jogadores que tive o privilégio de jogar e vestir a mesma camisa. Enfrentei o Sabino quando estava no Anápolis, em 95, então, em 96, ele vem para o Vila Nova. Naquela época, tivemos um grupo com pratas da casa, no caso eu, Roni e outros, com jogadores que foram contratados. Formou um grupo muito unido, praticamente uma família, e muito bem comandado. Ressalto isso principalmente pelo trabalho do professor Roberval Davino”.

“O Sabino foi o grande jogador daquele campeonato, que realmente decidiu para o Vila Nova nos momentos mais complicados, e os outros todos tiveram a sua contribuição, foi muito importante, porque o time era muito qualificado”, completou o ex-meio-campista. Também reconhecido por Roni como o principal destaque, Sabino foi só elogios ao ex-companheiro, que “na frente era a referência, um ‘cara’ que para parar era difícil, muito ‘mexedor’”.

“O ruim é que tivemos pouca oportunidade de jogar com ele, porque logo em seguida foi embora, se não me engano para o Fluminense. O Roni já demonstrava qualidade e velocidade, e era parceiro, um jogador de grupo. O principal motivo que tivemos para chegar onde chegamos não foi tanto dentro de campo, mas também o respeito extracampo. Quando há respeito e união, dentro de campo tudo fica fácil, e fizemos isso acontecer”, completou.

Dica para o grupo colorado atual

Se “a união e a determinação” foram fundamentais para o sucesso em 1996, “o que falaria para esse grupo é que pensem em tudo o que já passaram no Vila, sejam momentos bons ou ruins, e o que querem daqui para frente, porque não tem coisa melhor do que ganhar. Está nas mãos deles, honrem essa camisa, que tem nome e respeito”.

“Se eles levarem isso para dentro de campo e fizerem o que sabem fazer, ninguém tira. Só depende do Vila. Estou torcendo para que isso aconteça, porque o Vila merece. Tudo no Vila é difícil, sempre foi e não é agora que será diferente”, acrescentou o ídolo colorado, que hoje trabalha na Secretaria de Esportes de Conceição do Almeida, no interior da Bahia.

Confira a entrevista de Sabino à Sagres na íntegra