O governo federal, por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), amplia em 2024 os investimentos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública para o financiamento de empresas e ideias. Em 2023, a companhia executou todo o orçamento de R$ 9,8 bilhões e, para este ano, o valor subiu para R$ 12,6 bilhões. A ampliação busca atingir projetos sustentáveis, principalmente que privilegiem a transição energética e a criação de cidades mais resilientes.
A resiliência urbana é alvo de debate entre arquitetos, urbanistas e engenheiros, mas ganhou atenção geral no país por conta da tragédia climática com as enchentes no Rio Grande do Sul. O conceito foi detalhado nesta semana pelo Sistema Sagres, na última edição do PodFalar, primeiro podcast de Política de Goiás, que tratou das lições que o novo desastre climático deve deixar para o planejamento urbano.
“O objetivo é seguir fomentando iniciativas que priorizam descarbonização, agricultura familiar e inovação para o desenvolvimento sustentável”, disse o presidente da Finep, Celso Pansera, em entrevista ao jornal Valor Econômico. Em 2023, metade do valor da companhia pública, com repasse pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico-Tecnológico (FNDCT), foi para infraestrutura científica em projetos não reembolsáveis e subvenção econômica. A outra parte foi para projetos de inovação em empresas via crédito, com financiamento a juros abaixo do mercado.
FINEP
A empresa do governo federal registrou lucro recorde de R$ 712 milhões no ano passado, com alta de 145,5% em relação aos R$ 290 milhões de 2022. De acordo com Pansera, “a Finep se tornou o BNDES da ciência no Brasil”, a partir da lei complementar nº 177, de 2021. A mudança transformou o FNDCT de um fundo de natureza contábil para um fundo de natureza contábil e financeira.
Resiliência urbana
O Programa Centelha visa à disseminação do empreendedorismo inovador no Brasil. O presidente da Finep, destacou o protagonismo de iniciativas para a construção de cidades mais resilientes. Como exemplo, citou um sistema de medição do nível da água de rios e lagos no Rio Grande do Sul, como o Guaíba, em Porto Alegre.
Iniciativa
A tecnologia foi desenvolvida pela startup TideSat, de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Por meio de sinais GPS de satélite, a tecnologia permite monitorar recursos hídricos e criar alertas de inundação. O sistema já está em uso na capital gaúcha e na cidade de Rio Grande, no sul do Estado. Em 2022, a Finep aportou R$ 40 mil do valor total do projeto de R$ 70 mil.
Atualização
Em 2024, já houve aprovação de R$ 2,47 bilhões para 203 projetos em seis eixos: cadeias agroindustriais, saúde, infra-mobilidade, transformação digital, transição energética e defesa. Um total de 11 chamadas públicas foram lançadas em janeiro e executadas pela própria Finep em parceria com o MCTI. Sendo 10 de subvenção econômica e uma de recursos não reembolsáveis para instituições de ciência e tecnologia do complexo da saúde.
Ciência & Economia
“O desafio da Finep é transformar essa produção científica em ganhos para a nossa economia. Por isso é tão importante lançar empresas inovadoras e lançar as ideias que estão nas universidades para o mundo e para a economia”, afirmou Pansera ao Valor.
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*Este conteúdo segue os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 12 – Consumo e Produção Responsáveis; ODS 13 – Ação Global Contra a Mudanças Climática; e ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Fortes.