A guerra na Ucrânia já se encaminha para o nono dia. Após a invasão, ocorrida no dia 24 de fevereiro, muitos países liderados pelo governo dos Estados Unidos e pela União Europeia (UE), anunciaram sanções internacionais contra a Rússia, liderada por Vladimir Putin.

Com as medidas, a Rússia pode ficar isolada do mercado global. O país sofreria rigoroso controle em relação às exportações e e teria impactos diretos no acesso à tecnologia de ponta.

Em entrevista ao Sagres Em Tom Maior #468 nesta quinta-feira (3), o professor de História e Geopolítica, Norberto Salomão, do podcast Sagres Internacional, avalia que nem o próprio Putin imaginava que as sanções seriam tão impactantes, a principal delas a remoção da Rússia do Swift, a Sociedade para as Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais. Assista a seguir

”As sanções foram se ampliando a ganhando uma proporção como nunca antes tinha acontecido, culminando com a principal do Swift, o sistema global de compensações de moedas e transações financeiras que é fundamental e muito importante. Mas o próprio Putin parece ter duvidado que chegaria nesse ponto porque outros países também seriam afetados”, afirma.

Sobre o risco de uma guerra nuclear, haja vista que o próprio Putin já havia colocado as forças nucleares em alerta, Norberto Salomão acredita que a possibilidade até existe, mas é remota, já que a Rússia poderia atingir reatores ucranianos sem usar uma única bomba com esse potencial de destruição em massa.

”Até porque outros países que se opõem à Rússia também têm grande arsenal nuclear, e aí teríamos a Terceira Guerra Mundial e talvez a despedida da nossa existência pelo planeta”, analisa. ”Mas a Rússia pode querer usar a sua capacidade bélica para atingir usinas nucleares, na Ucrânia são 15 reatores. Se atingi-los, há um impacto quase similar aos efeitos de uma bomba com a radiação se disseminando pela Ucrânia, e aí ninguém poderia usar a Rússia de ter usado armas nucleares”, complementa.