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O eslovaco Miroslav Lajcák faz esta segunda-feira o seu último discurso como presidente da Assembleia Geral da ONU, encerrando a 72ª sessão deste órgão das Nações Unidas.

No mesmo encontro, a equatoriana María Fernanda Espinosa faz juramento como líder da 73ª sessão do órgão, que começa na terça-feira.

Trabalho

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, estará presente no encontro em que os 193 Estados-membros vão votar na resolução com o nome “Revitalizando o trabalho da Assembleia Geral”.

Falando a jornalistas pela última vez nesta sessão do órgão, na quinta-feira, Lajcák disse que no último ano a Assembleia Geral reuniu-se 115 vezes e adotou 312 resoluções. Foram organizados 10 eventos de alto nível.

Como presidente, o eslovaco fez mais de 300 discursos, 120 reuniões com oficiais da ONU e 440 encontros com representantes dos Estados-membros. No total, viajou 20 vezes, visitando 28 países.

Resultados

Como principal resultado do seu mandato, Lajcák destacou a aprovação do texto  final do Pacto Global por uma Migração Ordenada, Regular e Segura, em 30 de julho.

O presidente cessante acredita que o documento “ajuda a fortalecer os aspetos positivos da migração e a mitigar os riscos e aspetos negativos” deste fenômeno. O pacto deve ser adotado, formalmente, em dezembro em Marrocos.

Outro grande tema da presidência da 72ª Sessão da ONU foi a paz. Lajcák organizou um encontro de alto nível sobre manutenção de paz em abril, que contou com a presença de vários chefes de Estado.

O presidente destacou ainda iniciativas relacionadas com água, financiamento para o desenvolvimento, acessibilidade, diálogo com a juventude e questões de gênero.

Sobre os desafios globais, Lajcák disse acreditar que primeiro sejam as ameaças ao multilateralismo.

Mulheres

A presidente eleita, María Fernanda Espinosa, será a quarta líder de sexo feminino do órgão nessa função. Pela primeira vez na história, o posto é ocupado por uma mulher da América Latina e Caribe.

Em entrevista à ONU News, Espinosa disse que “é, ao mesmo tempo, uma honra e um privilégio, mas uma grande responsabilidade” ocupar este cargo.

A nova chefe da Assembleia Geral afirmou que é “uma forma de representar as mulheres não somente da América Latina e do Caribe, mas também do mundo inteiro”.

Segundo ela, quando as mulheres estão desempenhando posições de alta responsabilidade, têm de “fazer um esforço dobrado” e provar que ganharam esse lugar porque têm as capacidades e as competências.

Carreira

Ministra das Relações Exteriores do Equador, Espinosa tem mais de 20 anos de experiência no cenário internacional. Pela segunda vez, ela assume a chefia da diplomacia do país.

Espinosa foi também a primeira mulher a comandar a Missão do Equador junto à ONU, em 2008, quando participou ativamente da Agenda de Desenvolvimento.

Antes de ocupar a pasta das Relações Exteriores, a presidente-eleita foi ministra da Defesa do Equador e promoveu o apoio do país às operações de paz da ONU.

Durante sua carreira, participou em vários temas de direitos humanos, sobre paridade de gênero, meio ambiente, comércio e outros.