Neste domingo, Atlético e Goiás chegaram a marca incrível de oito empates consecutivos entre as duas equipes.  O resultado mantém os alviverdes com a vantagem do empate e os rubronegros só lhe restam a vitória. Buscando em outros clássicos pelo Brasil, estou em busca de encontrar algum que tenha tido tantos empates consecutivos. Só encontrei sete empates seguidos no clássico entre Fortaleza/Ferroviário lá no Ceará. Mas o porquê de tanto equilíbrio?

ESTRUTURA. Enquanto o Goiás possui três excelentes áreas (Serrinha, Pq Anhanguera e Aparecida de Goiânia) a disposição dos jogadores e comissões técnicas para o dia a dia de trabalho de jogadores do sub-12 ao profissional, o Atlético tem um centro de treinamento extremamente enxuto e eficiente com instalações eficientes no Urias Magalhães. A área de Aparecida de Goiânia é uma eterna promessa do presidente Valdivino de Oliveira que quase perdeu esta opção para a prefeitura da cidade.

ADMINISTRAÇÃO. Enquanto o Goiás dispõe de uma equipe ampla em várias funções, o Atlético mantém a eficiência com uma equipe ajustada e comprometida para equiparar o padrão esmeraldino.

FINANCEIRO. As duas equipes esbarram em pouca criatividade para arrecadar, escoram na dificuldade do CEP, sentam em cima do montante oferecido pela TV Globo referente ao Campeonato Brasileiro e na dependência do investimento de seus diretores/conselheiros, além de jogar a conta constantemente nas costas do torcedor. O Goiás está sendo sufocado pelas dívidas deixadas por gestões anteriores. O Atlético se consolidou em cima de um conselheiro/bombeiro, o perdeu e não conseguiu andar com as próprias pernas. Quanto as dívidas, elas foram sanadas num primeiro momento e reapareceram de 2012 para cá, quando os funcionários passaram a não receber em dia.

TÉCNICOS. Tanto Marcelo Martelotte quanto Claudinei Oliveira estão iniciando a carreira. Marcelo tem um pouco mais de estrada no comando de equipes. Claudinei está indo para o seu segundo time. O comandante esmeraldino manteve um padrão de trabalho das últimas temporadas: priorizou o conjunto desde o início do estadual, o time se acostumou a jogar da forma planejada, mesmo com a inovação de Thiago Mendes mais a frente. Martelotte balançou no cargo, mas ficou e ainda não fez o time encher os olhos.

ELENCO. O grupo esmeraldino tem mais alternativas e, mais rejuvenescido, produz maior volume de jogo. O elenco atleticano é mais experiente, mas sem volantes de mobilidade como já viveu com Pituca, Robston, Marino, Dodó e Ernandes em suas melhores fases no clube rubronegro, o time fica engessado. A “curva técnica” pende um pouco para o lado verde.

PONTE FORTE. No lado do Goiás, o meio campo é sua maior força. David, Ramon e Amaral dão a consistência ao time. Já no Atlético, se sustenta em uma defesa bem posicionada e na dependência de uma tarde/noite inspirada do artilheiro Jr Viçosa.

PONTE FRACO. Ninguém conseguiu se firmar na armação das jogadas. Thiago Mendes é mais um atacante velocista que um meia armador e sofre com as finalizações de curta distância. O Atlético se apoia em Jorginho e Fábio Lima que vive constantes altos e baixos.

RIVALIDADE. Por fim, o ponto que para mim mantém o equilíbrio entre as duas equipes e reduz drasticamente as diferenças entre os dois clubes. As duas diretorias duelam com intensidade nos bastidores, rivalizam até por altura da grama no gramado, lugar do ônibus no estacionamento. Dentro de campo, a sequência de decisões intensificou o sentimento entre os jogadores das duas equipes – foram 7 finais em nove anos.

Confira os últimos duelos de 2011 até hoje:

2014 – Goiás 1×1 Atlético / Atlético 0x0 Goiás

2013 – Goiás 2×2 Atlético / Atlético 0x0 Goiás / Goiás 2×2 Atlético / Atlético 1×1 Goiás

2012 – Goiás 1×1 Atlético / Atlético 2×2 Goiás / Goiás 2×0 Atlético / Atlético 0x1 Goiás

2011 – Goiás 1×1 Atlético / Atlético 1×1 Goiás / Atlético 2×0 Goiás / Goiás 1×0 Atlético

A última vitória esmeraldina foi em 24 de março de 2012 – Ramon e Thiago Humberto fizeram os gols esmeraldinos comandados por Enderson Moreira.

A última vitória atleticana foi em 13 de março de 2011 – Josiel e Diogo Campos fizeram os gols para o time comandando por René Simões.

Pra você,  por quê tanto equilíbrio, entre as duas equipes?