O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, detalhou à Sagres 730 nesta quarta-feira (20), os números atualizados do Índice de Confiança do Empresário Industrial em Goiás divulgados pela Fieg. De acordo com o levantamento, a confiança dos empresários industriais recuou em janeiro com fim do auxílio emergencial às empresas e famílias.

Com recuo de 4,8 pontos na comparação com dezembro/2020, o indicador fechou em 57,5 pontos em janeiro. Nacionalmente, o ICEI também apresentou queda de 2,2 pontos frente ao último mês, alcançando os 60,9 pontos. O presidente da Fieg, analisou o resultado em duas situações, a nível nacional e a nível estadual.

“Na média nacional que caiu 2,2 pontos, ela tem haver com o fim da ajuda emergencial que deu uma desanimada no pessoal como um todo, porque eles acham que nós teríamos uma queda no consumo, certamente, era alguns bilhões que estavam entrando todo mês e isso vai realmente vai ter uma queda no consumo, então as industrias tendem a vender menos e produzir menos”, disse.

O segundo ponto destacado por Sandro Mabel, foi em Goiás. “Goiás o índice caiu mais nas grandes empresas, do que pequenas e médias empresas. Isso porque as grandes empresas sofreram alguns ‘baques’ a exemplo do Protege (incentivo fiscal) que tem afetado as empresas”, disse.

Além disso, Mabel apontou que o setor de mineração também foi afetado. “Eu sou presidente do Conselho de Mineração da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e nós conseguimos, junto a ANM (Agência Nacional de Mineração), disponibilizar 600 áreas para fazer pesquisa e essa coisa toda aqui para Goiás, foi uma vitória a gente conseguir disponibilizar essas áreas, que desde 2016 não eram disponibilizadas, só que ao mesmo tempo que conseguimos, nós tivemos um aumento de impostos. Foi criado o imposto sob minerais, isso atingiu de frente a mineração que pode ter custos enormes com essa nova tributação”, disse.

Por fim, o presidente da FIEG citou a agroindústria e considerou que o aumento da exportação de soja em Goiás vai desindustrializar Estado.

“Em função de Goiás não ter seguido a recomendação da Federação das Indústrias tem feito continuadamente, e também o Ministério Público, que é a equalização com o Mato Grosso do Sul. O Mato Grosso do Sul tem um tipo de tributação que ele consegue reter uma parte da produção agrícola sem dar prejuízo aos produtores, ou seja, ele consegue reter e as suas indústrias conseguem ter fornecimento de produtos. Então as indústrias estão indo para Mato Grosso do Sul, duas grandes cooperativas com duas grandes indústrias de soja foram para lá, industrias goianas também irão para lá. Então Goiás será o hub de exportação, sem imposto nenhum de produtos agrícolas, isso é um erro, e trás desânimo nessa área de indústria”.