(Foto: Reprodução/ Internet)

Os avanços das mulheres nas últimas décadas, cada vez mais escolarizadas e pós-graduadas, que se tornaram maioria da força de trabalho e alcançaram em maior número os cargos de chefia, não foram acompanhados por crescimento na representatividade política em cargos eletivos.

O número de candidatas tem crescido, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas ainda poucas mulheres são eleitas para cargos legislativos e, menos ainda, para postos no Executivo.

Cotas

A doutora em Ciência Política e professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Denise Paiva, pesquisa o tema e aponta que o sistema político, ainda controlado por homens, deve acompanhar as mudanças culturais e sociais para que as mulheres tenham mais chances em disputas eleitorais.

“No geral, a tendência do eleitorado é rejeitar as candidaturas de mulheres. Os estudos têm mostrado que, para além da ampliação das candidaturas, é preciso que os partidos não só indiquem mas deêm condições para que as candidaturas das mulheres se tornem mais competitivas”, relata.

Denise Paiva ainda comparou os avanços do Brasil com os de outros países e defende a instituição de cotas para a eleição de mulheres.

“Nós estamos mudando, mas estamos mudando lentamente. Quando olhamos para outros países da América Latina, praticamente todos adotaram cotas de gênero para as eleições. No Brasil essas cotas apresentaram resultados menos efetivos”, aponta.

Goiás

Em Goiás, apenas uma mulher foi eleita ao Senado federal em toda a história, a senadora Lucia Vânia (PSB). Já na Câmara dos Deputados, apenas dois dos 17 nomes goianos são de mulheres: as deputadas Magda Mofatto (PR) e Flávia Morais (PDT).

O governo do estado de Goiás nunca foi comandado por uma mulher e, atualmente, apenas quatro das 41 cadeiras da Assembleia Legislativa são ocupadas por mulheres. As deputadas Lêda Borges (PSDB), Eliane Pinheiro (PMN), Isaura Lemos (PCdoB) e Adriana Accorsi (PT).

Goiânia também nunca teve uma prefeita e na Câmara Municipal, a atual legislatura conta com cinco das 35 vagas ocupadas por mulheres. As vereadoras Cristina Lopes (PSDB), Sabrina Garcêz (PMB), Priscilla Tejota (PSD), Tatiana Lemos (PCdoB) e Leia Klebia (PSC).

A vereadora Dra. Cristina valorizou a possibilidade de se estabelecer cotas para mulheres nas eleições, mas cobrou, principalmente, um maior engajamento das mulheres, para que elas próprias exijam mais espaço político.

“Obviamente o projeto (de cotas) não prosperou porque a maioria dos que votam são homens. É um corporativismo pouco inteligente, porque com mais mulheres nos espaços de decisão, são olhares diferentes, o resultado sempre será muito melhor”, destaca.

Do repórter Rubens Salomão

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