Escolher a profissão não é um processo simples, principalmente porque ela ocorre no fim do ensino médio, momento em que os jovens costumam passar por pressões sociais e até familiares. 

Matheus Peixoto, de 30 anos, é engenheiro civil em Goiânia. Em entrevista à Sagres, ele conta que o apoio da família e a experiência de três anos como estagiário foram determinantes para seguir na profissão. 

“É claro que quando você se forma não tem ainda grandes responsabilidades. Elas vêm com o tempo e à medida em que você vai dando conta delas. Eu sempre tinha alguém comigo para orientar, tirar alguma dúvida, e à medida que minha carreira foi crescendo eu fui ficando mais sozinho e passando a ser o orientador dessas pessoas que estavam chegando. É um degrau de cada vez”, afirma.

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Matheus Peixoto atua na Toctao Engenharia (Foto: Arquivo Pessoal)

Desde cedo, o jovem engenheiro civil, desenvolveu preferências e reconheceu as próprias habilidades na profissão. Estar constantemente em contato com a obra e com a equipe de trabalho está entre elas. 

“Sempre chego bem cedo, minha primeira ação é andar em toda a obra, entender tudo o que está acontecendo e depois disso vou fazer mais o meu serviço burocrático, que é questão de liberação de pagamento, de nota fiscal, essas coisas. Minha rotina é vir todos os dias para a obra, acompanhar o dia a dia do que está acontecendo, planejar os próximos dias e próximas semanas, meses, tentar antecipar todos os problemas que possam surgir”, argumenta. 

Com uma nota de corte de 745,98 para o SiSU de 2023 (Sistema de Seleção Unificada), a engenharia civil figura entre os cursos mais procurados por estudantes que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Com ampla possibilidade de trabalho é umas das profissões mais valorizadas do mercado. No caso da engenharia civil, ela é, a que planeja, projeta, executa e faz a gestão de obras e empreendimentos, além de transformar e adapta a natureza, com o objetivo de otimizar a qualidade de vida das pessoas.

Autoconhecimento e personalidade

Para a psicóloga clínica Graziely Soares, Matheus passou por um importante processo na hora de escolher a profissão: o autoconhecimento, que é o momento de reconhecer as próprias habilidades e pontos a melhorar. 

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A psicóloga clínica Graziely Soares (Foto: Sagres Online)

“O autoconhecimento é para que eu possa saber das minhas habilidades, fragilidades, intolerâncias e o próprio conhecimento. Conhecimento também da profissão que se almeja e a realidade dessa profissão no mercado de trabalho, para ver se há identificação com aquele perfil. Isso já ajudaria a diminuir a frustração”, afirma. 

Ainda de acordo com a psicóloga, além do autoconhecimento, a experiência e o contato com a profissão são fundamentais para saber se a área escolhida combina com a personalidade, sem descartar o apoio e orientação da família. 

“Não posso deixar de levar em consideração os meus valores, os traços da personalidade, para ver se eu me encaixo naquela determinada profissão, nas aspirações. Mas a gente não descarta as influências familiares e sociais”, pontua Graziely. “Uma pessoa que não procurou o autoconhecimento não vai conseguir responder a essas perguntas. Se ele conseguir responder quais são os seus pontos fortes e os que ele precisa melhorar, ele já está no caminho”, conclui.

Para a professora do Sesc Cidadania, Leandra Byanna Ferreira, reunir informações com professores sobre a profissão, visitar universidades e até mesmo buscar conhecimento junto às empresas da área podem ajudar no processo da escolha profissional, sem descartar o diálogo com a família.

“É preciso se conhecer e conversar. Buscar o diálogo com os professores no sentido de buscar mais informações sobre determinadas áreas, pesquisar realmente o curso em si que ele quer e o diálogo com a família, que é importantíssimo”, pondera.

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