A cidade está seca e o fato se estende a diversos setores. Está seco o ar, estão secos os rios, está seca a mente das autoridades. Aqui, na Rede Clube de Comunicação, por várias vezes foi emitido o alerta quanto aos crimes ambientais nas proximidades do Anel Viário de Goiânia. O Anel Viário nunca foi concluído, mas os recursos hídricos da região já acabaram, por ação dos poluidores e omissão do poder público.
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O promotor do Meio Ambiente esteve na Rádio 730 e lhe foi perguntado sobre a construção de um centro de compras no Córrego Caveirinha. Pelo anúncio, se trata do maior shopping do Estado, duas vezes maior que o Flamboyant. Portanto, uma gigantesca obra de engenharia. A diferença é que o Flamboyant não foi erguido dentro de um manancial, não aterrou nascentes, não impediu a circulação das águas. O promotor respondeu que estava tudo correto com o shopping.
Por essas e muitas, Goiânia ganhou o clima de deserto. A Justiça autorizou a construção de um shopping dentro do Córrego Vaca Brava. Em consequência, outras dezenas de estabelecimentos foram instalados no mesmo córrego. Extrai-se areia em córrego no Setor Oeste. E as autoridades nada dizem.
Goiânia é uma cidade sem leis ou de leis vagabundos ou de vagabundos desobedecendo às leis com a omissão das autoridades. Por isso, a Capital está tomada pela poluição visual, poluição sonora, poluição das águas, poluição do ar. E ninguém age, ninguém faz nada. É um atentado ao futuro e uma desonra ao passado.
A comissão nomeada por Pedro Ludovico escolheu a região da Campininha das Flores para sediar a nova capital por causa da riqueza hídrica. Pedro Ludovico preferia o paralelo 16, onde hoje é a cidade de Talismã, no Tocantins, para evitar a separação do Estado. Mas a motivação das águas foi vencedora. Pedro Ludovico estaria envergonhado, porque em seu tempo as autoridades tinham vergonha na cara. O que era riqueza virou miséria. E Goiânia está irrespirável, não apenas por causa do ar, mas porque tem traste demais fazendo porcaria com a cidade.