Enfim o Clube Atlético Catalano (CRAC) anunciou o que todo mundo já sabia: não vai disputar a Série C do Brasileirão e fez o certo. Clube que historicamente é bancado pelo poder público municipal, o CRAC terminou a interminada primeira fase do Campeonato Goiano, já metido em dificuldade financeira, embora estivesse com salários em dia com os atletas e funcionários, não tinha mais recursos em caixa.

O atual prefeito da cidade, Adib Elias é o presidente de honra do Clube, mas mesmo com a deferência foi taxativo de que não tiraria dos cofres públicos nenhum centavo a mais para investir no futebol, pois a situação da prefeitura antes da pandemia já era de calamidade financeira (de acordo com ele, em função da administração anterior, feita pelo ex-prefeito Jardel Sebba) e com a pandemia a possibilidade de recuperação econômica do município ficou impossível para este ano.

As dívidas herdadas da gestão anterior precisam ser pagas e o custo funcional da máquina pública não pode sofrer mais abalo do que já está sofrendo. Quem pode condenar o prefeito? Seria muita irresponsabilidade se ele tivesse outra postura.

Como o CRAC, a exemplo de muitas outras equipes do interior de Goiás só tem o poder público como fonte de renda, fica fora da Série D e foi melhor assim, pois sem dinheiro para montar um time competitivo, o CRAC viraria saco de pancada dos adversários.

Pelo ranking do futebol goiano do ano passado, que é o critério de indicação dos representantes estaduais na quarta divisão do futebol brasileiro, a vaga seria ocupada pela Aparecidense, que terminou o campeonato logo atrás do CRAC, na classificação. Mas este não é um direito adquirido. O regulamento da CBF dá à entidade, a oportunidade de convocar um novo clube para ocupar a vaga do desistente, ou não, de acordo com a conveniência para a mesma.

Como estamos em um ano atípico em função da pandemia, que paralisou as competições estaduais ainda na primeira fase, há problemas de datas para as competições estaduais serem finalizadas, paralelamente as disputas das Séries A, B, C e D do Brasileiro e as competições continentais, Copas Sul-Americana e Libertadores da América. Sendo assim, quanto menor número de participantes em uma das divisões, menos problema para a organização do calendário.

Numa entrevista à Rádio Sagres 730, o presidente da Federação Goiana de Futebol (FGF), André Pitta, que é um dos coordenadores da Série D, disse que a intenção da CBF é não ocupar vagas dos desistentes, e com isto o grupo do CRAC será disputado com um time a menos. Isto não é bom para o futebol goiano, pois é partindo da Série D que os clubes vão conseguindo ascensão para as outras série acima e se a Aparecidense entrasse na disputa, poderia chegar a Série C no ano que vem. Sem entrar, o time de Aparecida de Goiânia terá de se rankear no campeonato regional deste ano e esperar 2021, para disputar a Série D.

Além do CRAC, Goiás tem rankeados para disputar a Série D deste ano o Goianésia e o Goiânia e os dois já anunciaram que vão participar a competição.