O ex-líder do governo na Câmara, deputado Vitor Hugo (PSL-GO) acredita que o melhor caminho a ser seguido por Jair Bolsonaro (sem partido) de olho em 2022 é a concretização da criação do partido Aliança Pelo Brasil, ideia que ganhou corpo após a desfiliação do PSL por parte do presidente da República em 2019.

“Nós já estruturamos em Goiás próximo de 50 postos de coleta de fichas de apoiamento em quase 30 cidades. Só no penúltimo final de semana colhemos quase 3 mil fichas. Já temos certamente mais de 7 mil fichas tramitando. Temos uma grande esperança de que a Aliança vai ficar pronta até mais ou menos março, abril, que é o período que o presidente deu como limite para ele tomar uma decisão com relação à filiação partidária para a eleição em 2022″, afirma.

Segundo reportagem publicada hoje (2) pelo jornal O Globo, parlamentares da ala ideológica têm insistido para que Bolsonaro volte para o PSL de Luciano Bivar, e negociam com o partido uma reformulação para abrigar o presidente.

Resultados nas urnas

Sobre o resultado das eleições municipais, Vitor Hugo afirmou que o enfraquecimento da esquerda precisa ser comemorado, mas reconheceu que partidos considerados de direita precisam se reorganizar em busca de fortalecimento para o próximo pleito, e eximiu Jair Bolsonaro das derrotas sofridas por candidatos apoiados pelo presidente.

“É lógico que a direita tem que organizar cada vez mais. O fato de o presidente não ter um partido dificulta isso, e é por isso que eu também acho que creditar ao presidente qualquer tipo de derrota não é justo porque ele não se envolveu diretamente. Ele gravou quatro lives de três horas, não subiu no palanque de ninguém, não viajou pelo país fazendo campanha, não houve uma mobilização direta do presidente. Ele praticamente prestigiou aquelas pessoas mais próximas dele que levaram candidatos, que apontaram pessoas que levavam a bandeira do presidente em momentos anteriores”, avalia.

Em Goiás, Vitor Hugo destacou a vitória de Roberto Naves (Progressistas), reeleito prefeito de Anápolis, e que contou com o apoio do presidente Bolsonaro.

“Fiz essa ponte do Roberto Naves com o presidente Bolsonaro em diversos momentos. Já vinha fazendo essa ponte do Roberto nos ministérios, para solução de problemas para Anápolis, e durante a campanha resolvi, depois que houve a caracterização do Roberto contra o PT, para envolver o presidente da República pedindo voto efetivamente, e a gente viu que deu certo”, analisa.

Eleição na Câmara

Outro assunto tratado com o deputado foi a eleição para presidência da Câmara Federal, prevista para fevereiro de 2021. Vitor Hugo diz que uma reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) seria inconstitucional e ruim para os interesses do governo.

“Não cabe interpretação. É a Constituição que diz, de maneira clara e expressa, da proibição dessa reeleição. Uma eventual reeleição do Rodrigo Maia faria muito mal ao Brasil não só pelas posturas e pelas contraposições que ele fez ao nosso governo, mas também porque atacaria algo que é importantíssimo para o Brasil e para a democracia que é a alternância de poder. Independente de eu ter ou não divergências com ele, ainda que fosse alguém alinhado com o governo, é importante que a Constituição seja cumprida”, argumenta.

Você confere a entrevista na íntegra com o deputado Vitor Hugo (PSL-GO) a seguir no STM #154