O Brasil ocupa a 92ª posição no ranking mundial de liberdade de imprensa. De acordo com o Press Freedom Index, divulgado pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) nesta quarta-feira (3), Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, o país subiu 18 posições desde o fim do governo de Jair Bolsonaro.

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Uma das marcas registradas do ex-presidente era a hostilidade com jornalistas. Ademais, em 2021, a organização não governamental incluiu Bolsonaro na sua lista de “predadores da imprensa”. 

Apesar do avanço, a situação do Brasil no ranking ainda é considerada problemática. Além disso, para se ter uma ideia do cenário brasileiro em relação à imprensa, o país fica atrás de nações ditatoriais como Guiné (85º) e Burquina Fasso (58º).

A RSF destacou ainda que, nos últimos dez anos, pelo menos trinta jornalistas foram assassinados no Brasil. Esse dado, em específico, fez o país ser “o segundo mais perigoso da região para os profissionais da imprensa neste período”.

Nas Américas, porém, o Brasil é apenas o 12º. A Costa Rica tem o melhor índice, seguida de Trindade e Tobago, Argentina, República Dominicana, Estados Unidos, Suriname, Uruguai, Guiana, Panamá, Equador e Chile.

Confira a lista completa a seguir
Foto: RSF

O ranking aponta o ambiente para o jornalismo como ruim em sete a cada 10 mercados e “satisfatório” em apenas três a cada 10. O Brasil, entretanto está na faixa laranja, em que a situação é “problemática”. A Noruega lidera o ranking pelo sétimo ano seguido. A faixa verde, inclusive, possui apenas países europeus.

A metodologia do índice de liberdade de imprensa adota combina dados quantitativos de abusos, ataques e crimes com opiniões de especialistas sobre as condições para a prática do jornalismo. 

Vietnã (178º), China (179º) e Coreia do Norte (180º), por sua vez, ocupam os piores lugares no ranking da ONG. Um destaque do contexto latino-americano é o Peru, que despencou 33 posições. A turbulência política peruana alimentou a desconfiança por parte da sociedade perante as instituições. Além disso, o país sul-americano assistiu à destituição de Pedro Castillo.

Liberdade de imprensa

Conforme a RSF, a liberdade de imprensa consiste na “capacidade dos jornalistas, como indivíduos e coletivos, de selecionar, produzir e divulgar notícias de interesse público, independentemente de interferência política, econômica, legal e social e na ausência de ameaças à sua segurança física e mental”.

Desse modo, a atribuição da pontuação se baseia em violações praticadas por Estados, assim como ataques sofridos por parte de atores sociais. A situação do Brasil, por exemplo, se agravou durante o governo de Jair Bolsonaro e, particularmente, na campanha eleitoral. 

Fake news

Segundo análise da RSF, o início do governo Lula restaurou a estabilidade nas relações entre mídia e governo. No entanto, a organização reforma que a violência estrutural contra jornalistas, a propriedade altamente concentrada da mídia e os efeitos da desinformação ainda representam grandes desafios para a liberdade de imprensa no Brasil. 

Desinformação causada, especialmente, pelas notícias falsas, as chamadas fake news. Ainda conforme o levantamento, em 118 países, a maioria dos que responderam ao questionário relatou que políticos estavam envolvidos em desinformação maciça ou campanhas de propaganda política de alguma forma. 

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