Desde que criou mecanismos para aprovar a PEC Kamikaze, que muda a Constituição e cria um estado de emergência às vésperas da eleição, os números da aprovação do governo de Jair Bolsonaro apresentaram um pequeno crescimento.

Para a cientista política e coordenadora do Laboratório de Partidos, Eleições e Política Comparada da UFRJ, Mayra Goulart, este crescimento é reflexo das medidas aprovadas pelo governo que visam mascarar a realidade econômica do país.

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“Esse é o resultado de um esforço de Jair Bolsonaro e de seus apoiadores no Parlamento, em aprovar uma série de medidas que permitissem reduzir um pouco o efeito nefasto do aumento da inflação sobre o poder de consumo dos brasileiros. Este cenário está criando um ambiente economicamente hostil e uma percepção de desconforto que prejudicava a avaliação do governo”, afirma Mayra.

Segundo a especialista, os riscos do direcionamento de recursos, permitidos na aprovação da PEC Kamikaze, seriam enormes para o futuro econômico do Brasil. Ela afirma que as medidas são puramente eleitoreiras e não serão permanentes.

“O país está descontinuando suas políticas públicas em prol de medidas eleitoreiras que só vão até o final do ano e estão desarticuladas de um projeto de governo, e portanto, de uma solução para a população. Essas medidas vão cobrar seu preço, porque esses recursos estão sendo retirados do lugar que deveria ser destinado a políticas públicas, que deveriam ser pensadas a longo prazo como educação e saúde”, explica a cientista política.

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