Tênis, badminton, frescobol, peteca. Modalidades esportivas antigas e com milhões de praticantes pelo mundo. Todas elas com algo em comum: serviram como base para o surgimento do beach tennis, esporte que já tem mais de um milhão de praticantes só no Brasil e que foi o tema central do Podcast Debates Esportivos.

Criado em 1987, na cidade italiana de Ravena, o beach tennis deixou o status de esporte “modinha” e virou uma realidade. Assim define Felipe Scabora, diretor administrativo da CBT – Confederação Brasileira de Tênis – que também cuida da modalidade no Brasil.

“Quando chegou no Brasil em 2008, o beach tennis teve como ponto inicial o Rio de Janeiro. Dois anos depois já teve o primeiro torneio internacional em Florianópolis. hoje já conta com mais de 1 milhão de praticantes e mais de 30 mil quadras espalhadas pelo Brasil. Hoje, o beach tennis já uma realidade no país”, destaca o dirigente.

Principais nomes

Atualmente a Confederação conta com atletas profissionais e amadores. Cerca de 4 mil atletas são filiados, sendo que são considerados amadores, aqueles com 12, 14, 16 ou mais de 40 anos, além das classes de níveis A, B e C”. De acordo com Scabora, o Brasil é uma potência na modalidade.

“O Brasil é uma potência no mundo do beach tennis. Hoje os principais atletas que nós temos, estão no Top 10 do mundo. Posso citar o André Baran, que é o quinto do ranking, o Allan Oliveira, que é o sétimo, Thales Santos, o oitavo, e não podemos esquecer Felipe fonte, que hoje é o 15º no ranking, mas já foi o melhor do mundo. No feminino temos a Rafaela Muller, a quinta do mundo, a Sophia Chow, a oitava, a Vitória Marquesine está na nona posição, enquanto a Marcela Vita é a décima colocada do ranking mundial”.

E com tantos jogadores entre os melhores do mundo, o Brasil se destaca nas conquistas e divide o protagonismo com a Itália, que tem uma conquista a mais nos últimos anos.

“O Brasil, como potência, já venceu a Copa do Mundo de Beach Tennis por quatro vezes e no ano passado perdemos para a Itália, criadora do esporte, que hoje tem cinco títulos mundiais. A Rússia também já ganhou um”, lembra Scabora.

Da quadra para a areia

Entre os profissionais, muitos jogadores de beach tennis de outras nacionalidades moram no Brasil por causa do clima e do calendário repleto de competições. Em Goiânia não é diferente e são muitos praticantes. Um deles é o atleta Guilherme Gouveia, 35 anos, que atua como profissional e dá aulas pra quem quer aprender a modalidade.

“Desde criança sempre gostei de esportes. Comecei aos 10 anos no tênis, joguei minha vida inteira, mas então há quatro anos tive uma lesão no ombro, porém me reencontrei no beach tennis e hoje jogo em um nível profissional. Tenho uma atividade profissional paralela, mas o pessoal sempre pedia pra treinar comigo, então virei professor também e dou aulas”, detalha Guilherme, que na comparação com o tênis, considera o beach tennis um esporte mais fácil de ser praticado

“O tênis é um esporte mais complexo, de movimentos mais longos e difícil evolução. Já o beach tennis é o contrário disso. Pessoas com dois ou três meses já conseguem jogar, fazer um “play” com colegas, então é mais fácil. Não tem um pré-requisito pra se jogar o beach tennis”.

Regras

Guilherme Gouveia também explicou como são as regras do beach tennis. Praticado em uma quadra de areia, tem uma raquete sólida (sem cordas) e uma bolinha de borracha maciça. A contagem da pontuação é bem parecida com a do tênis de quadra.

“A contagem dos pontos é a mesma do tênis. 15,30, 40 e game. Fez um game, você conquista um set, que são seis games. A partida profissional é dividida em melhor de três sets, havendo empate, tem um super tiebreak de dez pontos. Jogamos em duplas, que podem ser mistas, embora tenha o jogo individual”.

Locais para jogar

Hoje em Goiás são muitos torneios em andamento. O calendário é anual e se estende por várias cidades no interior do Estado com o Campeonato Goiano de Beach Tennis, que vale vaga para uma Copa das Federações em um evento que envolve todas as federações do Brasil. Em Goiânia, são muitas quadras espalhadas, uma delas, a Moreira Sports, que fica no Setor Bueno

“O Beach Tennis chegou com muita força porque é um esporte democrático e abrange todo público”, diz Zé Neto, proprietário da Moreira Sports, que também aposta no crescimento da modalidade.

“Se tornou realidade. Temos uns 100 alunos de beach tennis, fora os locatários do dia a dia”.

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