Finalmente, temos jogos inclusivos no mercado, e, sim, é motivo de celebração pois os games são para todos. No dia 3 de maio, às 10h, o Instituto Bacae lança oficialmente o game BuBoo em seu canal no YouTube (@institutobacae). Desenvolvido especialmente para crianças e jovens com deficiência intelectual e múltiplas deficiências, o jogo estará disponível gratuitamente no Linktree do Instituto, acessível via Instagram (@bacae).
O jogo é fruto de um processo colaborativo com jovens da Apae e aposta na inclusão como pilar principal. Com apoio da Lei Paulo Gustavo e do Governo de Goiás, o protótipo foi testado em outubro de 2024 durante oficinas com a atriz Ludmyla Marques, e validado pelos próprios participantes em evento interno da instituição.
Inspirado em brincadeiras como “pique-esconde” e “tá quente, tá frio”, BuBoo usa realidade aumentada para criar experiências divertidas e sensoriais dentro de ambientes reais. Os jogadores se revezam para esconder e encontrar o personagem-fantasma Buboo, que pode aparecer em lugares inusitados como panelas ou armários, sempre com pistas visuais e sonoras.
“O caracterizar BuBoo como um fantasminha amigável, adicionamos um elemento de mistério à brincadeira, já que os jogadores-caçadores nunca sabem onde ele pode ter se escondido – em um armário, panela, almofada ou até no banheiro! Quando uma criança encontra o fantasminha escondido em um local inusitado, particularmente em ambientes domésticos, isso pode causar um susto divertido”, comenta Ingrid Costa.
Idealizado por Cláudio Marinho Jr., o projeto reúne uma equipe multidisciplinar de desenvolvedores, artistas, programadores e especialistas em acessibilidade. Destaque para a dublagem e interpretação em Libras, além de trilha sonora original e efeitos que ampliam a imersão e acessibilidade da experiência.
Com foco na diversão, inclusão e interação social, “BuBoo” se apresenta como um exemplo inovador de como a tecnologia pode ser aliada do jogo acessível.
Como jogar?
A premissa do jogo é envolver no mínimo dois jogadores, um esconde o Buboo e o outro tem que procurá-lo, priorizando a diversão e a interação. Utilizando a tecnologia de Realidade Aumentada, onde é possível simular a presença física do personagem no ambiente, os jogadores utilizam o mesmo dispositivo para jogar. O jogador que esconde o Buboo inicia a partida e depois entrega o celular para o outro jogador procurar, fazendo relação com a brincadeira de “tá quente, tá frio” (indicada por tons de cores e/ou sons). Após encontrar o Buboo, uma nova partida pode ser iniciada, com os jogadores trocando suas funções ou até mesmo formando times.
Impacto Social
Jogos como “BuBoo” vão além do entretenimento, pois eles abrem espaço para que crianças e jovens com deficiência sejam protagonistas em experiências pensadas para suas realidades. Em um mercado ainda carente de representatividade e acessibilidade, iniciativas como essa mostram que é possível unir tecnologia, inclusão e diversão de forma autêntica. Além de estimular habilidades cognitivas, motoras e sociais, jogos acessíveis promovem pertencimento, algo fundamental para qualquer pessoa, mas especialmente para quem historicamente ficou à margem das inovações no universo dos games.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 04 – Educação de qualidade; ODS 3 – Saúde e bem-estar; ODS 08 – Trabalho Decente e Crescimento Econômico
