O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) tomou posse na tarde deste domingo (1º) para novo mandato de quatro anos, ao lado do vice-governador Daniel Vilela (MDB). Caiado citou desafios enfrentados no mandato anterior e alguns desafios que para o novo ciclo. A posse ocorreu de forma remota, pois o gestor está em São Paulo se recuperando de cirurgia cardíaca.

Caiado iniciou o discurso que assumiu a gestão em 2019 com muitas dificuldades. Ele citou que pegou uma gestão em situação de colapso, com problemas financeiros e de corrupção. “Fiz compromisso de trabalhar para os que mais precisam e trabalhar com honestidade”. Caiado também sinalizou para a realização de parcerias com o Governo Federal.

A pandemia da Covid-19 também foi citada pelo governador. Caiado lamentou as mortes provocadas pela doença, entre elas do deputado Iso Moreira e do ex-governador Maguito Vilela, pai do vice Daniel Vilela. O governador ainda fez agradecimentos aos profissionais da área da Saúde.

Governo Federal

Em alguns momentos do discurso, Ronaldo Caiado sinalizou a parceria com a União. Ao se dirigir a Antônio Gomide, que é deputado do PT, e que discursou em nome da oposição, o governador destacou que precisará do governo federal para ampliar a construção de moradias populares.

“Se a Caixa Econômica e o governo de vossa excelência, baixar o subsídio da casa própria, vamos construir mais casas populares”, disse. Caiado pediu que o governo federal também ajude a ampliar ações de aluguel social.

Caiado também citou que é preciso aumentar o valor do repasse da Merenda Escolar e também na área da Saúde.

O governador ao rebater críticas do deputado Antônio Gomide (PT) na área social disse que o governo federal já concede um auxílio de R$ 600 e que o Estado complementa em outras áreas de atuação para reduzir o ciclo da pobreza em Goiás. Caiado ainda completou destacando que a gestão Lula pode aprender com muitas ações em Goiás.

“Somos um governo que não sobrepõe ações do governo federal, vamos agir para complementar em áreas para romper o ciclo da pobreza em Goiás. Pode dizer que o seu governo tem muito a aprender aqui em Goiás”, destacou Caiado.

Volta ao passado

Assim como nos primeiros anos da gestão, Ronaldo Caiado voltou a citar que Goiás era a “disneylândia dos bandidos” e que era preciso reconstruir o Estado. “O povo estava exausto do medo do roubo e das mortes”, relatou.

Caiado retomou as críticas as gestões do PSDB e relatou que servidores ficaram dois meses de salários atrasados e ainda com problemas no consignado. O governador ainda lembrou que o Hospital Materno Infantil estava para fechar as portas.

O governador voltou a lembrar que a disponibilidade em caixa no início de 2019 era de R$ 11 milhões e que havia um passivo na ordem de R$ 6 bilhões. A declaração foi no momento em que falava de atrasos do programa Bolsa Universitária, na ordem de R$ 76 milhões, no final de 2018.

Caiado ainda citou atrasos nos pagamentos do Transporte Escolar, verbas da Merenda, e de repasses na área da Saúde. O governador citou que havia espaços para “proliferação da bactéria da corrupção” na Agetop e em outros órgãos.

Ele destacou que a assepsia começou pela mudança de nome, hoje o órgão se chama Goinfra. Caiado disse que foram recapeados 2 mil 600 km em todo o estado, além de outras ações em parcerias com municípios.

Ao citar sobre ações na área de Segurança Pública, o governador reforçou argumento que os indicadores de criminalidade foram reduzidos. Ele agradeceu as forças policiais pelo empenho durante o primeiro mandato.

RRF

Caiado também retomou a situação fiscal ao citar o processo para ingresso no Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Caiado ainda citou que o Estado foi beneficiado por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu o pagamento das dívidas do Estado junto a bancos públicos federais.

Educação

Ao destacar a área de Educação, o governador argumentou que a situação das escolas era muito ruim. Ele citou problemas na merenda escolar e na estrutura das escolas.

“O quadro não era diferente, os colégios estavam sucateados, as salas de aula não tinha condições de aprendizagem, os banheiros uns moquifos, a merenda servidas em pratos ensebados. Presenciei alunos assistindo aulas embaixo de árvores sentados em latas vazias, tamanho era o calor em sala de aula”, disse

Caiado relatou que foram investidos mais de R$ 5 bilhões e que foram reformados colégios estaduais. O governador relatou que a distribuição de chromebooks será estendida para alunos do 9º ano do Ensino Fundamental.

Ao dirigir a palavra ao deputado Antônio Gomide (PT), Caiado relatou que era baixo o valor destinado a Merenda Escolar.

“Reajustamos o valor da merenda escolar. Eu peço ao nobre parlamentar que nos ajude. O aluno em Goiás recebe R$ 0,16 centavos dia para necessidade de alimentação. Recebi um Estado que o governo arcava com R$ 41 milhões. E Goiás gasta hoje R$ 139 milhões para alimentação de nossos jovens”, destacou.

Caiado relatou que uma das cenas que mais o emocionou foi quando crianças cegas receberam equipamento para que pudessem auxiliar no aprendizado. Foram 127 óculos distribuídos. Cada um custa mais de R$ 20 mil.

O governador anunciou que pretende conceder um prêmio para alunos da rede estadual de ensino que tiverem nota acima de 8,0 na disciplina de Matemática. Caiado destacou que pretende fazer Goiás do “estado da Educação”.

Saúde

Precisamos da parceira do governo federal para acabar com a “ambulâncioterapia”. Caiado disse que houve avanços, mas que é preciso avançar na regionalização da área da Saúde. “Para vocês terem noção do caos, a única unidade de saúde que atingia todo o nordeste goiano era em Formosa” disse Caiado.

O governador ainda relatou que em apenas três cidades (Goiânia, Anápolis e Aparecida de Goiânia) havia atendimento de urgência e emergência em Goiás. Caiado destacou que houve a ampliação de 246 leitos de UTI para mais de 800, em cidades como Itumbiara, Trindade, Uruaçu, Formosa, entre outras localidades.

UEG

Quanto à Universidade Estadual de Goiás, a UEG, em resposta ao deputado Antônio Gomide (PT) que fez críticas em relação ao tema.

O governador Ronaldo Caiado também argumentou que antes “campus universitários eram pensados nos palanques”. Caiado disse que a UEG chegou a ter mais de 30 campus em Goiás e que a USP tinha apenas 10.

“A barbaridade era tamanha e autorizaram um curso de medicina em Itumbiara. Fizeram um foguetório na cidade para inauguração e construção do hospital estadual em Itumbiara, houve calote. Não haviam professores, nem laboratório para formar médicos”, ponderou o governador.

Energia

Caiado ainda ressaltou os problemas na venda da Celg Distribuição. Argumentou que a privatização foi um instrumento para tentar derrotá-los nas eleições de 2018.

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