Os vereadores de Goiânia precisaram de pouco mais de dois minutos para aprovar o Projeto de Lei que define o aumento máximo nos próprios salários a partir do ano que vem. O reajuste de 35,5% vale para prefeito, vice, secretários municipais e vereadores da próxima gestão na capital (2013 – 2016).

Apesar de rápida, a votação seguiu os ritos processuais da Câmara Municipal. O vereador Clécio Alves, do PMDB, que é líder da prefeitura e presidia a sessão no momento da apreciação, pediu que a pauta fosse invertida para que a matéria pudesse ser analisada. Nenhum parlamentar se manifestou de maneira contrária. Depois, Clécio abriu a votação simbólica, o que agiliza o processo.

O líder do prefeito na casa afirmou em entrevista que não houve manobra e que a votação do aumento não teve irregularidades. “Não houve manobra, houve a colocação em apreciação, inclusive com a aprovação de um pedido de inclusão que foi aprovado pelo plenário. O projeto foi lido e eu coloquei em discussão por duas ou três vezes, e o plenário aprovou por maioria de maneira regimental, legal e transparente”, explicou o vereador.

A matéria define aumento de 35,5%, o que significa que o futuro prefeito de Goiânia, que será eleito nas eleições de outubro, receberá salário de R$ 26.054,60, enquanto que o vice-prefeito vai perceber R$ 19.540,95. Secretários municipais e vereadores vão ganhar subsídios mensais de R$ 15.031,50, a partir de janeiro de 2013. Os vereadores de Goiânia recebem hoje um salário de R$ 11.082,00.

A proposta foi feita pela Mesa Diretora da Câmara, que executava determinação constitucional de definir quanto estes políticos deveriam receber na próxima legislatura. O projeto causou polêmica na casa antes da rápida aprovação em segunda e última votação desta quinta (09). Na primeira, apenas três vereadores votaram contra o texto. Depois desta fase, 13 parlamentares chegaram a dizer publicamente que seriam contrários ao aumento.

Eram eles: Elias Vaz (PSOL), Virmondes Cruvinel (PSD), Santana Gomes (PSD), Fábio Caixeta (PMN), Geovani Antônio (PSDB), Dr. Gian (PSDB), Anselmo Pereira (PSDB), Izídio Alves (PMDB), Denício Trindade (PMDB), Joãozinho Guimarães (PRB), Simeyzon Silveira (PSC), Djalma Araújo (PT) e Jorge do Hugo (PSL).

Mas na segunda votação, foram registrados apenas quatro votos contrários ao aumento: Elias Vaz, Virmondes Cruvinel, Geovani Antônio e Simeyzon Silveira. O vereador Paulo Borges (PMDB) reivindica que seja registrado na ata da sessão que seu voto foi contra o reajuste de 35,5%.

O vereador Elias Vaz afirma que, apesar da rapidez da votação, os vereadores sabiam o que acontecia e não votaram contra porque não quiseram.

“Quando percebi que o projeto que estava sendo votado era esse (do aumento) votei contra. Agora, quando falei que votava contra, eu acredito que outros vereadores já sabiam que estavam votando esse projeto. Não é desculpa, não ví nenhum vereador aqui reclamando que votou equivocado. Se quisessem derrubar (não aprovar a matéria), teriam derrubado. A responsabilidade é da maioria que votou favorável”, declarou o parlamentar.