Com os mesmos 29 votos favoráveis, e dois contra da primeira votação, o projeto de Reforma Administrativa da Prefeitura de Goiânia foi aprovado em apreciação final na Câmara Municipal. O projeto estabelece alterações na estrutura organizacional do poder executivo, como a extinção da Companhia de Processamento de Dados do Município de Goiânia (COMDATA), a criação da Agência Municipal de Ciência e Tecnologia, junção das secretarias de Turismo e Desenvolvimento Econômico, além da criação de diversos cargos. 

A pauta chegou à Câmara no dia 7 deste mês, e foi aprovada em primeira votação no último dia 14. O presidente da Casa, Iram Saraiva (PMDB), exaltou a aprovação. “Achei que foi uma maravilha, porque nós mostramos que aqui não existe nem rolo compressor, nem oposição. Existe a Casa trabalhando, e ela sai engrandecida, fortalecida, porque todos participaram, discutiram”, disse Iram, em entrevista ao repórter da RÁDIO 730, Samuel Straioto.

O presidente da Câmara ressaltou também que, com a reforma aceita, o prefeito Paulo Garcia terá melhores condições para exercer o mandato. “Agora ele tem instrumentos na mão para continuar a sua administração, a sua gestão, e nós esperamos que seja boa, e não para o trabalho da Câmara, a Câmara vai continuar agora fiscalizando, controlando, e participando também”, afirmou.

Representantes do turismo reclamam

O projeto da Reforma, que possui 84 páginas, gerou algumas polêmicas no plenário. Uma delas foi à junção das pastas de desenvolvimento econômico e turismo. Um grupo de vereadores liderados por Simeyson Silveira (PSC) se  reuniu com representantes do turismo para ouvi-los a respeito dessa decisão, e o resultado não foi satisfatório para o setor.

“A reunião que nós fizemos foi uma reunião de muita preocupação com todos aqueles que participam do turismo, e fazem o turismo em Goiás, porque entendem que a partir do momento que se funde, se extingue a Secretaria de Turismo, se perde a prioridade, e hoje é muito difícil você falar que vai dar a prioridade ao turismo fundindo o turismo com outra pasta que extremamente trabalhosa”, explicou Simeyson.

O líder do prefeito na Câmara, Djalma Araújo (PT), reforçou que também ouviu o segmento do turismo e disse que não ocorrerão prejuízos com a fusão da pasta com a de desenvolvimento econômico. “Nós também recebemos o seguimento do turismo. O prefeito Paulo Garcia os recebeu e fez acordo com eles. Caso amanhã concretize essa posição da oposição, nós vamos rever a posição, voltamos e criamos a Secretaria de Turismo. Caso Goiânia perca alguma recurso, o que eu acredito que não vai acontecer em hipótese alguma, o prefeito teria a maior humildade de voltar atrás”, argumentou Djalma.

Discussão

O vereador Elias Vaz (PSOL) disse que a pauta da Reforma poderia ter sido discutida com mais profundidade. “Foram dez projetos que vieram pra essa Casa, apenas um projeto foi retirado, o que eu acho sempre muito temeroso, um projeto ser votado praticamente em menos de duas semanas. Um projeto de Reforma Administrativa devia ser mais discutido, até porque eu acho que tem alterações na estrutura do município que mereceriam realmente alterações profundas”, declarou.   

Também na tarde desta quinta-feira foram discutidos outros projetos, como a alteração da base de cálculo do ISS para as cooperativas médicas que atuam em Goiânia, a autorização de captação de recursos para a construção do corredor norte-sul de transporte coletivo e a isenção da contribuição de melhorias estruturais nos bairros asfaltados entre 2005 e 2010. Após o fim das sessões extraordinárias, os parlamentares estão de recesso e retornaram as atividades somente no dia 15 de fevereiro.