Vivendo um momento conturbado dentro das quatro linhas, o Goiás Esporte Clube também convive com bastidores movimentados neste final de ano. Mesmo com o Campeonato Brasileiro em andamento, a equipe esmeraldina terá de passar por um novo processo eleitoral para definir o sucessor do atual presidente executivo Marcelo Almeida.

Depois da eleição de 2008, quando o médico Syd de Oliveira Reis venceu Raimundo Queiroz, esta é a primeira vez que surge uma oposição buscando o pleito eleitoral. Entretanto, para conseguir registrar sua candidatura, a chapa precisa conseguir 51 assinaturas de 258 conselheiros do clube.

Mesmo com o cenário complicado, já que nos bastidores o que se fala é que grande parte do quadro de conselheiros vota à favor da situação, a Chapa União Esmeraldina está confiante na participação da eleição.

“Nós acreditamos sim (número de assinaturas para registrar chapa), estamos recebendo manifestação de apoio de maneira espontânea e até de maneira inesperada até. Eu acredito muito nisso, acho que é cedo falar que nós não vamos disputar as eleições”, afirmou Syrion Mello de Oliveira, candidato à vice executivo para assuntos financeiros e administrativos na diretoria de oposição.

O médico, filho do ex-presidente Syd, não quis revelar quantas assinaturas a oposição já garantiu. “Não vou revelar a quantidade por uma questão estratégica, mas estamos próximos do número exigido e vamos conseguir inscrever nossa chapa sim”.

A principal reclamação da chapa União Esmeraldina é a negativa do Conselho Deliberativo em repassar à oposição o nome e o contato dos atuais conselheiros esmeraldinos. Essa ação, na visão de Syrion, deixa um dos lados da eleição em desvantagem.

“Nós não conseguimos (a lista dos conselheiros). Fizemos um requerimento para o presidente do Conselho Deliberativo que usou como desculpa a LGPD (Lei geral de proteção de dados) e a gente crê que já começa desigual a disputa porque eles contam com a estrutura toda do Goiás e nós só temos algumas listas mais antigas e nossa coragem de encarar um desafio desses”, destacou.

Outro movimento do Conselho do Goiás é fazer com que o presidente Hailé Pinheiro acumule também a presidência executiva em janeiro. A informação foi divulgada pelo repórter André Rodrigues e causou descontentamento da oposição que espera o processo eleitoral para este mês de dezembro e uma posição do atual presidente Marcelo Almeida.

“Primeiro vamos aguardar o presidente Marcelo Almeida. Ele tem, por obrigação do estatuto, que convocar as assembleias ordinárias e extraordinárias. Isso tem que ocorrer de três em três anos, na segunda quinzena de dezembro, para que o Conselho eleja o novo presidente. Se ele não fizer isso (convocar as eleições) será por duas opções: ou por ignorância do estatuto ou se ele estiver sofrendo algum tipo de pressão externa para não fazê-lo”, cobrou Syrion.

Candidato à vice-presidente executivo para assuntos financeiros e administrativos da chapa União Esmeraldina, o médico também indicou que Marcelo possa estar sofrendo algum tipo de pressão para “atrasar” a convocação das eleições.

“Quero aproveitar a audiência da Sagres para comunicar ao presidente Marcelo Almeida que ele tem uma atribuição estatutária de convocar as eleições. Quem puder ter contato com o doutor Marcelo Almeida que o informe disso. Então por ignorância não é mais, só nos resta a segunda opção: será que é por algum tipo de pressão que ele está sofrendo internamente? Ele está dentro do prazo, não tem nada de anormal por enquanto, então não tem porquê acionar a Justiça”, frisou Syrion Mello de Oliveira.

Ouça na íntegra a entrevista de Syrion à Rádio Sagres: