A Catalunha vive um racha entre os que querem a independência da região e os que preferem manter a unidade do país. Hoje (21), a população está indo às urnas para escolher os 135 membros do Parlamento para os próximos quatro anos.

Após meses de indefinição, a votação teve início dentro de um processo que começou com um referendo considerado ilegal pelo governo da Espanha; o artigo 155 da Constituição foi acionado pelo governo central, que destituiu políticos que participaram da tentativa independentista, suspendeu temporariamente a autonomia da região, convocou novas eleições e destituiu Carles Puigdemont, então presidente da comunidade autônoma; diversos políticos presos, um ex-presidente autoexilado na Bélgica e um cenário muito apertado na disputa entre os partidos políticos.

Logo cedo, na manhã de hoje, longas filas se viam nas entradas dos colégios eleitorais. A expectativa é de que mais de 5 milhões e meio de catalães votem até o fim do dia.

De um lado, estão três partidos independentistas:  JuntsxCat (Junts per Catalunya), ERC (Esquerda Republicana da Catalunha e CUP (Candidatura de Unidade Popyular).

De outro lado, três partidos que rejeitam o separatismo: Ciudadanos, PSC (Partido dos Socialistas da Catalunha) e PP (Partido Popular).

Apesar da possibilidade de que formem coalizões, é quase certeza que o próximo cenário seja de um parlamento muito fragmentado e com nenhum partido com mais de 40 deputados eleitos.

Além disso, estas eleições atípicas contam com diversos candidatos presos e alguns autoexilados na Bélgica. Ainda não se sabe exatamente como serão a posse e o mandato desses candidatos, caso ganhem a eleição.

Como é muito provável que nenhum partido consiga maioria absoluta, deve mesmo ser necessária a formação de coalizões. No entanto, mesmo entre os separatistas ou entre os que querem a unidade nacional, não há consenso. Assim, o dia de hoje parece ser apenas o começo de uma nova etapa de negociações na Catalunha.

Da Agência Brasil