Foto: Palloma Rabêllo

Cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo já têm algum tipo de deficiência auditiva segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Diversos fatores podem colaborar para o desenvolvimento de problemas auditivos, mas o mais preocupante é a exposição prolongada e excessiva a sons em volume alto, principalmente por meio de fones de ouvido.

A estimativa da OMS é de que 50% da população entre 12 e 35 anos de idade correm o risco de terem perdas auditivas irreversíveis por causa do hábito de escutar música alta em fones de ouvido.

O estudante Bruno Souza, afirmou que apesar de saber da importância, não tem o cuidado adequando com a audição. “Eu escuto músicas, assisto filmes  sempre no fone de ouvido e com o volume no máximo. Eu tenho uma caixinha para o computador, mas não costumo usar, eu acho o fone mais prático”, explicou o estudante.

A forma correta da higienização dos ouvidos também é de extrema importância e costumes errados podem prejudicar a audição. A técnica em enfermagem Eduarda Teixeira contou que limpa os ouvidos de maneira excessiva todos os dias, e que isso já prejudicou sua saúde. “Tive que ir ao médico e ele me alertou que não é adequado, nem necessário limpar os ouvidos todos os dias, mas já virou um costume”, explicou Eduarda.

Sons do cotidiano

Do momento em que acordamos até a hora de dormir, estamos rodeados por sons de todos os tipos e frequências. Ao ir para o trabalho ou escola, nos deparamos com sons e ruídos a todo instante, barulho do trânsito, pessoas conversando e até ruídos menores, como o do elevador e portas abrindo e fechando. Mas você já imaginou como seria sua vida sem nenhum desses sons? 

Em entrevista à Sagres, o otorrinolaringologista Pedro Ivo Machado falou sobre os cuidados que devemos ter com a audição. Segundo ele, a perda da audição é mais comum em pessoas a partir dos 60 anos, mas não são apenas os idosos que correm esse risco. “Existem inúmeras  causas para a perda auditiva, que podem acometer pessoas jovens e até crianças. É importante ressaltar que a perda auditiva não ocorre apenas em idosos, ela pode acontecer em qualquer idade inclusive em recém-nascidos”, explicou o otorrino.

Hábitos que prejudicam a audição 

Uma cena muito comum é ver pessoas, principalmente jovens e adolescentes, com fone de ouvido e por vezes com o volume no máximo. Sobre isso o médico faz um alerta. “O fone de ouvido utilizado com muita frequência e por períodos muito longos, principalmente com o volume muito acima do adequado, pode se tornar uma causa de perda auditiva. São os jovens que mais utilizam esse dispositivo, eles podem iniciar um processo de perda da audição secundaria por causa da exposição intensa ao ruído do fone”, afirmou.

Segundo o doutor a falta de cuidados aliados a pequenos descuidos podem gerar danos, dependendo do caso levar a perda da audição. “Existem inclusive alguns pequenos acidentes facilmente evitáveis, que podem gerar problemas com a audição. O mais comum é o uso das hastes flexíveis que são muito populares, é uma questão cultural, as pessoas usam achando que vão limpar os ouvidos, mas na verdade  as hastes flexíveis podem, até, empurrar mais o cerúmen para dentro do ouvido gerando uma perda auditiva simples e transitória, mas nos casos mais graves a haste pode perfurar a membrana do tímpano e causar a perda da audição”, Explicou.

Maneira correta de higienizar os ouvidos

O otorrinolaringologista Pedro Ivo ainda ensinou como deve ser feita a higienização dos ouvidos. “A limpeza ­­­deve ser feita sim, mas sem o uso de nenhum tipo de haste. A higienização pode ser feita após o banho com o proprio dedo ou com o uso de uma toalha macia isso já é suficiente, não é necessario introduzir nada dentro do contudo auditivo. Só essa limpeza externa já é suficiente e não tem nenhum risco para o paciente” resaltou o médico.

O ideal e procurar um especialista se tiver alguma dificuldade auditiva, como zumbido, sensação de barulho no ouvido, crises de tontura, dificuldades com a respiração e questões relacionadas a voz. Qualquer pessoa que tenha queixas relacionadas ao ouvido, nariz e garganta deve procurar um médico otorrinolaringologista e é importante lembrar que a saúde precisa estar sempre em primeiro lugar.

Confira a matéria na íntegra

“Esta é uma produção originada da Oficina de Áudio, realizada pela Escola Sagres e ministrada pelo musicista Beto Strada, a equipe do Sistema Sagres de Comunicação”.

*Palloma Rabêllo é estagiária do Sistema Sagres de Comunicação, em parceria com o IPHAC e a PUC-GO sob supervisão do jornalista Vinicius Tondolo.