O Cerrado brasileiro, um dos biomas mais importantes do país, registrou uma queda significativa no desmatamento nos primeiros seis meses de 2024. Segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado (SAD Cerrado), desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), foram desmatados 347 mil hectares de vegetação nativa, representando uma redução de 29% em relação ao mesmo período de 2023.

Todos os meses desde o início de 2024 apresentaram áreas desmatadas menores em comparação com o ano passado, exceto janeiro, que teve um aumento em relação a 2023. Embora a queda seja um avanço positivo, as pesquisadoras do Ipam alertam que os números ainda são preocupantes. Uma análise mais completa será possível somente após o período de maior atividade agrícola, entre junho e outubro.

Os estados que compõem a região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) foram responsáveis por 77% da vegetação nativa perdida no primeiro semestre de 2024, totalizando cerca de 266 mil hectares. A seguir, a performance individual de cada estado:

  • Bahia: Registrou uma queda de 53% no desmatamento, um dos melhores desempenhos.
  • Maranhão: Teve 100 mil hectares desmatados, uma redução de 15% em relação ao ano anterior.
  • Tocantins: Perdeu 97 mil hectares, diminuindo o desmatamento em 14%.
  • Piauí: Reduziu o desmatamento em 23%, totalizando 44 mil hectares.

Goiás se destacou com a maior redução percentual de desmatamento, perdendo 15 mil hectares, uma diminuição de 59% em comparação com 2023.

“Os dados mostram que o desmatamento nesses primeiros seis meses do ano coincide com as áreas onde há maior concentração de vegetação nativa no Cerrado. Isso deixa claro a necessidade de reforçar as políticas de combate e controle ao desmatamento nessas regiões” , destaca a pesquisadora Fernanda Ribeiro, em comunicado.

A maior parte do desmatamento ocorreu em áreas com Cadastro Ambiental Rural (CAR) privado, somando 284 mil hectares, o que corresponde a 82% de toda a vegetação derrubada no bioma. Os vazios fundiários, áreas sem posse ou mecanismos de governança definidos, foram a segunda categoria mais impactada, representando 8% dos alertas de desmatamento.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 13 – Ação Global Contra a Mudança Climática

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