O presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), deputado estadual Lissauer Vieira (PSB), afirmou em entrevista à Sagres que nunca foi contra a chegada de qualquer partido político à base de apoio do governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Porém, para Lissauer, o modo como a aliança foi formada abriu feridas na relação entre aliados do chefe do Executivo Estadual.

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“A forma que foi feita, talvez, não foi a mais adequada. Agora, cabe ao governador, à base eleitoral dele e aos líderes do MDB tentar aparar essas arestas e cicatrizar as feridas”, destacou o presidente. Segundo Lissauer Vieira, existe a possibilidade de algumas dessas “feridas” não “cicatrizarem”. “Mas tem o tempo necessário para o amadurecimento, a maturação de todo esse processo e, até mesmo, para cicatrizar essas feridas e voltar as coisas como eram antes. Imagino que algumas não vão voltar como antes”, enfatizou.

Assista a entrevista no Sagres Sinal Aberto:

Atualmente, o presidente do MDB de Goiás, Daniel Vilela, é pré-candidato a vice-governador em 2022, na chapa de Ronaldo Caiado. Por isso, apesar de o governador ter a experiência necessária para recompor a base, na visão de Lissauer Vieira, as atitudes de Vilela logo após as eleições de 2018 podem prejudicar a “cicatrização” dessas feridas.

“Vejo que muitas pessoas foram prejudicadas pelo próprio Daniel Vilela quando defenderam os interesses de apoiar o governador Ronaldo Caiado em 2018. Eles foram duramente punidos por isso, talvez até por perseguição do Daniel, pela forma como ele conduz a atuação política, às vezes, até por infantilidade e imaturidade naquele momento de expulsar líderes históricos do partido. Isso deixa feridas e, agora, é papel do governador reconstruir isso”, declarou Lissauer.

Projeto para deputado federal

Também durante a entrevista, o presidente da Alego detalhou que mantém conversas com líderes do PP relacionadas ao seu projeto de concorrer ao cargo de deputado federal nas próximas eleições, mas que a possibilidade de filiação em qualquer partido ainda será avaliada. A expectativa é de que as siglas apresentem as composições de chapas a partir de março do ano que vem e, caso haja espaço no PP, Lissauer confirmará a filiação.

Diante da perspectiva de que o PP nacional componha a base do presidente da República, Jair Bolsonaro, e lance candidato próprio para o Governo de Goiás em 2022, como oposição a Ronaldo Caiado, Lissauer pontuou que será necessário dialogar para definir o que pode ser feito nesse cenário.

“Tenho conversado com vários prefeitos, lideranças e, principalmente, com o prefeito de Rio Verde [Paulo do Vale], que tem a tendência de seguir na base do governador Ronaldo Caiado. Isso será decidido entre todos nós, entre o grupo político. Não vou tomar uma decisão sozinho, até porque não tenho esse direito e muito menos tomar uma decisão antes da hora”, finalizou Lissauer.