(Foto: Rosiron Rodrigues/GEC)

O empate sem gols entre Goiás e Londrina na última terça – feira (2), no estádio Olímpico, pela 30ª rodada da Série B, ficou marcado por um ato de homofobia contra o goleiro Vagner, do time paranaense. Segundo o que foi descrito pelo árbitro Antônio Dib Morais, do Piauí, na súmula, gritos de “goleiro viado” partiram das arquibancadas.

“Aos 35 minutos do 1º tempo, no momento em que era mostrado um cartão amarelo ao goleiro da equipe do Londrina EC. sr. Vagner Antonio Brandalise, e a partida sendo reiniciada, a torcida do Goiás EC. começou a gritar ” goleiro viado, goleiro viado” isso ocorreu no período de 36 a 39 minutos do 1º. tempo. Cabe informar que no intervalo da partida, o telão no estádio solicitou aos torcedores que não mais fizessem esse tipo de ação. O 2º tempo transcorreu sem mais nenhuma atitude hostil da torcida”.

João Vicente, advogado do Goiás, conversou com a reportagem da Sagres 730 e mostrou sua preocupação com a falta de educação de alguns torcedores.

“É uma premissa do clube a educação não só torcedor, mas sim do cidadão com relação a qualquer tipo de preconceito, intolerância e diferença. Isso vem desde as categorias de base do clube, e lógico, se livrar de uma punição no STJD é uma consequência disso”, ressaltou João Vicente.

João Vicente também destacou que o Goiás tomou as providências ainda durante o jogo assim que aconteceram as manifestações. No telão do estádio, pediu para que os torcedores respeitassem o adversário.

“Provavelmente por constar na súmula e conhecendo o histórico da procuradoria do STJD, vai ser feita uma denúncia contra o Goiás, mas por tudo o que a gente tem feita e pela baixíssima gravidade do ocorrido, tenho certeza da absolvição do Goiás”, explicou.

Segundo o advogado esmeraldino, a punição em casos de homofobia nos estádios é uma multa, que varia de R$ 100 até R$ 100 mil, e que os auditores levam em consideração o antecedente de cada clube e a gravidade do fato. João Vicente acrescentou que a pressão sobre os árbitros deve elevar o número de denúncias no tribunal.

“Não tenho dúvidas que esse tipo de caso deve aumentar no STJD, até porque o árbitro hoje trabalha com uma pressão muito grande e qualquer coisa que aconteça na arquibancada, que não for relatado, ele próprio pode ser punido”, finalizou João Vicente, que ainda revelou que está conversando com o departamento de marketing do Goiás para intensificar campanhas contra racismo e homofobia durante os jogos.