Na última quinta-feira (1), representantes clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, que formam o movimento “Futebol Mais Livre”, se reuniram com políticos em Brasília, entre eles o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas) e ainda o presidente da república, Jair Bolsonaro. A pauta principal foi a implementação da Lei do Mandante. Pelo futebol goiano, dirigentes de Atlético Clube Goianiense e Vila Nova Futebol Clube estiveram presentes e reforçaram a pressão pela aprovação da matéria em caráter de urgência. O Goiás Esporte Clube não teve representante, no entanto, junto com as outras agremiações, participou de uma ação nas redes sociais em favor do movimento.

Em discussão estão dois pontos que seriam alterados na Lei Pelé. Em um deles, os clubes poderiam exercer seus mandos de campo livremente, já que hoje existe um veto da CBF. A outra questão diz respeito à comercialização dos direitos de transmissão, que tem como relator o deputado federal Júlio César Ribeiro (Republicanos-DF).

“Se o time tem a possibilidade de vender seu jogo para qualquer emissora, está na cara que ele vai poder ter uma renda maior do que tem hoje”, argumentou o deputado, que articula que a votação para a aprovação da lei aconteça até 17 de julho, data em que começa o recesso no Congresso Nacional.

Em entrevista para o Sistema Sagres de Comunicação, um dos vice-presidentes do Vila Nova, Vinícius Cirqueira, ressaltou que a aprovação da Lei do Mandante vai ajudar na arrecadação dos clubes. “Acredito que o poder de negociação dos clubes aumentará muito. O contrato em vigor da Série B termina em 2023, assim podemos visar mais lucros. Por exemplo, a Lei Pelé não trata sobre o “streaming” e outras plataformas, então precisa desta atualização, pois acreditamos que com a aprovação desta lei, vamos melhorar a rentabilidade dos clubes. Os pagamentos dessas transmissões vai ajudar demais os clubes”.

O dirigente colorado também fez questão de mostrar que a articulação para a aprovação da Lei Mandante, não é uma “briga” com a Rede Globo, que detém os direitos de transmissão nos últimos anos, e sim uma maneira de tentar abrir o campo para novas negociações. “Não vejo que essa lei seja contra a Rede Globo. Não dá para os clubes, que são os protagonistas, serem os mais fracos em uma negociação. Acredito que esta unidade dos clubes, vai nos dar a condição de mais organização, não só com a Lei do Mandante, mas também com os pagamentos de dívidas de tributos, que são impagáveis, para fortalecer o futebol brasileiro”, explicou Cirqueira.

Dirigentes com o presidente da Câmara dos Deputados em Brasília (Foto – Divulgação)

Na reunião em Brasília, o Atlético Goianiense foi representado por Jovair Arantes, presidente do conselho deliberativo rubro negro, que mesmo com o Dragão na Série A, demonstrou preocupação com os times da Série B do Brasileirão, que ficam sem contrato de transmissão no fim de 2021.

“Nós estamos com uma emergência muito grande, pois isso afeta diretamente os clubes da Série B, pois vence o contrato neste ano e se ficar no vácuo que está, os times serão muito prejudicados. Clubes da Série B recebem por volta de R$ 6 milhões por ano, o que é muito complicado para tocar o futebol hoje em dia”, destacou Jovair Arantes, que como ex-deputado federal, confia na agilidade para a votação.

“Há um compromisso do Arthur Lira (presidente da Câmara). Ele determinou relatores voltados para o assunto, especialmente da Lei do Mandante. Saímos de lá bem otimistas com relação ao assunto”, disse Jovair, que assim como Vinícius Sirqueira, descarta problemas com a Rede Globo. “Nós não reclamamos da Globo. Ela cumpre na íntegra tudo o que é assinado. É pouco, mas é o que temos para o momento, mas agora temos que rediscutir, mesmo com a Globo”, finalizou.