O presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), Benjamin Kennedy, detalhou à Sagres 730 nesta terça-feira (22), a crise do transporte público em Goiânia e região metropolitana. De acordo com o presidente da companhia, em 2012, o sistema do transporte coletivo ainda estava aquecido, mas a partir de 2013, após as manifestações contra o aumento da tarifa, o sistema começou a perder demanda.

“Em 2013 começamos a ter essa perda de demanda, em 2019 foi o pico dessa perda. Nós tivemos em 2012, 232 milhões de validações. Em 2019 tivemos 121 milhões de validações”, detalhou. “Isso realmente não sustenta o transporte coletivo, porque o sistema é caro por si só, porque o investimento em frota, garagem, pagamento de funcionários, óleo diesel e manutenção de veículos, é muito grande”, completou.

Benjamin Kennedy afirmou que a CMTC vem fazendo uma análise da sustentabilidade do transporte coletivo em Goiânia e região metropolitana. “Nós sabíamos que o atual modelo não era sustentável e estava próximo a um colapso”, afirmou. Kennedy lembrou que quando assumiu a presidência da companhia, fez uma apresentação de políticas públicas para evitar o colapso do sistema.

“Nós devemos mudar esse paradigma de deixar que o mercado resolva o problema do transporte coletivo. No Brasil existe essa resistência para que o poder público assuma realmente a competência e a gestão dos aspectos do transporte público coletivo”, apontou. “Nós apresentamos políticas públicas para que o poder público assuma completamente o transporte coletivo e que seja colocado para o usuário como um meio para garantir um crescimento sustentável dos deslocamentos”.

O presidente da CMTC detalhou as propostas apresentadas. “Nós apresentamos a sugestão da criação do fundo do transporte coletivo, para que esse fundo fosse responsável por garantir uma tarifa justa e garantir um serviço de qualidade, com colocação de novos veículos maiores e mais confortáveis”, disse. “Então nós esperamos que os nossos atores políticos, o governo estadual e os novos gestores municipais, sentem à mesa e discutem a situação”.