O presidente do Sindicato das Empresas do Transporte (SET), Adriano de Oliveira, confirmou em entrevista à Sagres 730 nesta segunda-feira (21) a normalização do transporte na manhã desta segunda-feira (21) depois de dois dias de greve dos motoristas por conta do atraso nos pagamentos de novembro e do 13º salário. Ele negou participação das empresas na articulação da paralisação e afirmou que o atual déficit operacional, entre receitas e despesas, agravado pela queda de passageiros por conta da pandemia, começou há mais tempo, em 2008 quando foi assinado o atual contrato de concessão do sistema e transporte da região metropolitana de Goiânia.

Segundo ele, três fatos desiquilibraram o atual sistema. O primeiro deles a queda à metade no número de passageiros do transporte público, especialmente a partir da virada do século 20 para o século 21. O segundo é a não concessão de reajuste de tarifa, conforme previsto no contrato de concessão, em 2017 e em 2019. Segundo Adriano, só a falta de aumento neste ano retirou R$ 14,6 milhões do caixa das empresas. Por fim, o custo das empresas com a gestão dos terminais aumentou de 1,6% do custo total do sistema para 5%, com a redução de passageiros a partir do início da pandemia. Em entrevistas à imprensa na sexta-feira e no sábado, o prefeito Iris Rezende admitiu que a atual crise, que levou à paralisação, é “mil vezes mais séria” do que tem sido falado.

Adriano Oliveira, detalhou à Sagres 730 que a situação do sistema metropolitano de transporte coletivo é crítica e apontou que novas paralisações podem acontecer. “A situação crítica vem se avolumando e crescendo a cada instante”, apontou. “Eu usei o termo colapso, porque pode ocorrer uma paralisação por conta dos trabalhadores que é natural, porque as empresas não estão conseguindo cumprir com as obrigações dos pagamentos. Pode ocorrer paralisação por falta de veículos em condição de rodar, por falta de óleo diesel, por falta de uma série de coisas. Então esse alerta é exatamente que pode acontecer mais coisas, porque a situação do transporte é muito crítica”.

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*Em atualização