Uma estudante de Santa Catarina está desenvolvendo estudos com o coco por sua estrutura porosa ser capaz de reter sedimentos, portanto, ter a capacidade de tratar água. O projeto de Rafaela Chassot de Almeida começou no Ensino Fundamental, nas aulas de Iniciação Científica do Colégio Bom Jesus, de Itajaí, Santa Catarina, no ano de 2023.
A primeira parte do projeto teve testes no laboratório da escola para analisar a capacidade de as fibras do coco participarem como agentes no tratamento de água. Com três frascos com água poluída, Rafaela usou agentes e corantes e observou que as fibras de coco removiam determinados contaminantes da água.
O experimento ocorreu com as camadas do coco (mesocarpo seco) secadas em um forno e no sol, que Rafaela desfiou e inseriu nos três tubos de água. “O coco tem uma estrutura porosa, capaz de reter os sedimentos. Então, por causa dessa característica, ela já tem o poder de absorver nutrientes. E com os agentes e o corante foi possível verificar isso melhor ainda”, explicou Rafaela.
Próxima fase
O experimento da estudante ganhou o nome “Utilização de resíduos da fibra do coco para tratamento de água: uma abordagem sustentável na remoção de poluentes”. Com ele, Rafaela Chassot de Almeida ganhou o prêmio da Feira de Iniciação Científica do Colégio no ano de 2023, sendo certificada Renault de Inovação, na categoria “Terra”.
A continuação da pesquisa avança com novos testes na água, pois a expectativa da estudante é desenvolver um filtro para água com o material. “Agora, queremos potencializar o experimento com a agitação da água e o controle de temperatura, o que vai nos mostrar novos resultados”, disse Rafael Faria Giovanella, professor e orientador de Rafaela. Para a próxima fase, a estudante e o professor estão procurando um agitador magnético.
Novidade
Estudos como o de Rafaela estão se tornando cada vez mais comuns, pois são alternativas sustentáveis de tratamento da água. Materiais como cascas de frutas e vegetais são mecanismos de eliminação de resíduos. Porém, o mesocarpo da casca do coco ainda não tinha sido testado e se torna um caminho possível para a preservação das águas.
Rafaela mora em uma cidade onde o coco é abundante e sempre teve o interesse de trabalhar em algo sustentável. Ela pretende colaborar para que o descarte da casca de coco seja correto e reciclável. “Como moro no litoral, é sempre visível que as pessoas jogam fora uma parte do coco que poderia ser bem utilizada”, disse.
*Com CicloVivo
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 12 – Consumo e produção responsáveis.
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