A superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorin, esclarece que o retorno às aulas está previsto para novembro, mas que estudos ainda estão sendo feitos. Segundo ela, dois indicadores precisam ser alcançados para o retorno, sendo que um já foi atingido. O segundo indicador é a redução no número de óbitos em pelo menos 15%, por quatro semana seguidas. “A gente tem três semanas de queda, então em mais uma semana, vamos avaliar o percentual. Então existe a previsão que as aulas possam retornar em novembro”, afirmou.

O protocolo de medidas de segurança que devem ser tomadas está pronto. Em um primeiro momento, a educação infantil (0 a 5 anos) voltaria com 30% enquanto turmas com alunos acima de 5 anos, retornariam, presencialmente, com 25%. O retorno deve ser facultativo, ou seja, os pais que não se sentirem seguros poderão deixar os filhos no ensino remoto.

A superintendente explica ainda que uma triagem, com perguntas diárias sobre casos suspeitos ou confirmados de Covid-19 em familiares do estudante, é um requisito para garantir a segurança de profissionais e alunos. Além disso, ela conta que a partir do retorno às aulas, a realização de eventos começará a ser discutida.

Com tendência de queda nos casos e óbitos causados pela Covid-19, Goiás começa a ver uma melhora no quadro geral. Na última semana o estado teve uma redução de 76,72% no número de registro de novos casos, com média móvel de 313,14, a mais baixa desde 31 de maio.

Apesar disso, a superintendente alerta que mesmo com a curva caindo, todos os cuidados devem ser mantidos. “Aumentou o número de atividades que eu posso fazer, mas essas atividades precisam continuar sendo feitas com precaução”, explicou.

Flúvia usa como exemplo a Europa, que hoje enfrenta uma segunda onda do vírus, causando novos fechamentos em algumas cidades. Ela cita as diferenças de como o Brasil e a Europa lidaram com a pandemia, com países europeus adotando lockdown, enquanto o Brasil teve restrições, mas nunca fechou tudo. “Lá eles tiveram uma subida de casos e uma queda mais rápida que a nossa. Nós caímos muito lentamente”.

A superintendente faz questão de ressaltar que mesmo com a curva de contágio se mantendo no alto por mais tempo no Brasil, não é possível afirmar que o país não terá segunda onda. “A gente vê alguns resultados de inquéritos de soroprevalência que foram realizados Brasil a fora e, grande parte desses inquéritos, mostram que nós temos uma grande parcela da população que é suscetível”.

Outro ponto que reforça a necessidade de se manter os cuidados, é que pela doença ser nova, ainda há uma série de dúvidas sobre o coronavírus, como por exemplo, a questão da imunidade. Flúvia esclarece que alguns estudos mostram que a imunidade da doença dura cerca de 90 dias, mas que ainda são necessárias mais informações. “Se realmente foi confirmado isso, quem teve lá em março, já está suscetível de novo”, alerta.